Erradicar Aedes aegypti é praticamente impossível

Dengue, zika e chikungunya. Afirmação foi feita por pesquisadora da Fundação Osvaldo Cruz em seminário, ontem

Nísia Trindade

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, disse na tarde de ontem que, atualmente, é praticamente impossível erradicar o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e também da febre amarela.
“O combate ao Aedes talvez seja o maior desafio da saúde pública, afinal, existe uma série de fatores que deveriam ser realizados para que esse combate fosse, de fato, eficiente e acabasse com o vetor dessas doenças. Hoje é praticamente impossível acabar com ele”, disse Nísia durante seminário sobre a febre amarela, realizado no Rio de Janeiro.

 
“Por isso, estamos aqui falando de controle de endemias, políticas sistemáticas de monitoramento, etc. O verão é a ocasião perfeita para a reprodução desse inseto, mas o combate tem que ser o ano inteiro, monitorando a saúde como uma só, tanto de seres humanos como de animais, já que os macacos fazem parte do ciclo silvestre da febre amarela”, completou.

 
Com relação à febre amarela, o Rio Grande do Sul não tem casos registrados desde 2009. Apesar disso, quem for viajar para fora do Estado deve tomar o cuidado de se vacinar devido aos casos registrados em outros locais, como Minas Gerais e São Paulo.
Mas a prevenção ao mosquito Aedes aegypti não pode ser descuidada. Pelo menos 794 pessoas morreram no Brasil em decorrência das três principais doenças transmitidas pelo mosquito em 2016. A maior parte das mortes, 629, foi provocada pela dengue. Os dados são do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

 
Ao todo, foram notificados 1.496.282 casos prováveis de dengue no país, totalizando uma incidência de 731 casos a cada 100 mil habitantes. Já em 2015, foram 1.677.013 casos prováveis. Segundo o boletim, mais 629 óbitos estão sendo investigados para serem confirmados ou descartados quanto ao vírus.

 
Os casos prováveis de febre chikungunya somaram 265.554 registros no país, com uma taxa de incidência de 129,9 casos para cada 100 mil habitantes. O número é cerca de seis vezes maior do que o de 2015, quando foram notificados 38.499. Ao todo, foram registrados no ano passado 159 óbitos pela doença, enquanto em 2015 foram 14.

 
Já o Zika vírus teve 214.193 casos prováveis registrado em 2016, com seis mortes confirmadas laboratorialmente. A taxa de incidência da doença ficou em 104,8 casos/100 mil habitantes.

 

Como combater o mosquito

 Tampe os tonéis e caixas d’água;
 mantenha as calhas sempre limpas;
 deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
 mantenha lixeiras bem tampadas;
 deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
 limpe semanalmente e preencha pratos de vasos de plantas com areia;
 lave com escova ou bucha os potes de água de animais;
 retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa;
 cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem;
 limpe ralos e canaletas externas;
 atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água;
 deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água;
 quando o foco do mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos moradores, como em terrenos baldios ou lixo acumulado na rua, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada para remover os possíveis criadouros.

sintomas e cuidados com a dengue

 Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, busque um serviço de saúde para atendimento;
 não tome qualquer medicamento por conta própria.

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