Bolsa Família. Coordenação estadual e local não receberam informações
Apesar do Governo Federal informar que “concluiu o processo de entrega de repelente” para gestantes do Bolsa Família, existe um desencontro de informações. O benefício deveria ser alcançado a partir de março, todavia Montenegro ainda não recebeu nenhuma orientação a respeito. Inclusive a coordenação estadual não sabe informar como esse procedimento será realizado, alertando que o produto sequer chegou ao Rio Grande do Sul.
Daiane Ribeiro Neri, responsável pelo Cadastro Único em Montenegro, chegou a ser informada por Porto Alegre que a Prefeitura é quem deveria comprar e distribuir o repelente. Isso é negado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA). Através de sua assessoria de imprensa, a Administração Municipal declarou que não tem condições de adquirir o produto.
Anunciado em 2016 pela presidente Dilma Rousseff, o benefício visa reduzir os índices de doenças relacionadas ao mosquito Aedes aegypty, como Zika, Dengue e Febre Chikungunya. Mais de 484.000 gestantes beneficiárias do Bolsa Família receberão os produtos em todo o Brasil. A coordenação em Montenegro ainda não sabe quantas mulheres têm esse direito. O Ministério informou ao Ibiá que distribuirá 15,9 milhões de frascos, divididos em sete lotes.
Segundo o governo federal, o Rio Grande do Sul recebeu 24.840 unidades no primeiro lote de um total de 397.440 destinadas ao Estado, que devem ser entregues até dezembro. Nesta primeira etapa, seriam repassadas quase um milhão de unidades. Disse ainda que as prefeituras ficarão responsáveis por escolher a melhor forma de distribuição – ou no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) – ou na unidade de saúde.
“Os prefeitos conhecem como ninguém a realidade local e a estrutura de cada unidade. Por isso, eles têm autonomia para definir a melhor forma de entregar o produto às gestantes”, explicou o secretário-executivo do MDSA, Alberto Beltrame. Segundo ele, a proteção das mulheres grávidas beneficiárias do Bolsa Família é prioridade para o governo federal.
“O combate ao mosquito é uma tarefa permanente da sociedade brasileira. Essa ação é mais uma ferramenta nesse conjunto de medidas que precisam ser tomadas, ajudando essas mulheres, especialmente as mais pobres, na prevenção do Zika”, afirmou Beltrame.
Casos de transmissão
Em 2015 e 2016, foram notificados 10.200 casos de crianças nascidas com alterações no crescimento e desenvolvimento relacionadas à infecção do vírus Zika no Brasil, sendo 2.200 confirmados. Neste período, foram concedidos 1.900 Benefícios de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com microcefalia.
Informações sobre os programas do MDSA
Disque gratuito – 0800-707-2003
Internet – www.mds.gov.br