Em fevereiro de 2017, o caderno Ibiá Saúde mostrou a luta pela vida travada pelos bebês prematuros e seus pais. Uma das histórias contadas foi a do recém-nascido Davi Jundi Afonso, que estava internado na UTI Neonatal do Hospital Unimed Vale do Caí. Ele nasceu em Rio Grande, no sul do Estado, no dia 27 de dezembro, na 33ª semana de gestação e, sem UTI Neonatal disponível na região, veio de avião até Porto Alegre e, de ambulância, seguiu para Montenegro. Chegou aqui pesando apenas dois quilos 395 gramas.

O pequeno Davi passou 50 dias em Montenegro. Dias que bastaram para que marcasse a vida dos montenegrinos que o conheceram. E, também, tempo suficiente para que a cidade fosse lembrada eternamente por essa família.
Os pais, Laiale Vaz Jundi e Pablo da Costa Afonso, chegaram a alugar casa e se estabelecer por aqui até que Davi estivesse bem para retornar à terra natal. Cada grama adquirida era uma vitória. “Ganhou 30 gramas em um dia”, contou Pablo, alegre, à reportagem, na época da internação.
Para quem se emocionou com a história de Davi no início do ano, o Ibiá pode agora, às vésperas de nos despedirmos de 2017, contar que o menino está bem e se desenvolvendo. Não é uma luta fácil. Logo nos primeiros dias de vida, foi descoberto que Davi tinha um coágulo, que foi absorvido e ficou com um cisto. Ficaram sequelas cognitivas e motoras. “Davi tem um atraso de desenvolvimento grande decorrente do cisto, da síndrome de West (uma forma de epilepsia que se inicia na infância) e da prematuridade. Por isso, precisa de muito estímulo com fisioterapeuta e fonoaudióloga”, relata Laiale.
Ele conta com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, neurologista, gastroenterologista, pediatra, otorrinolaringologista, oftalmologista, geneticista e o cirurgião que o atendem. Intercalando fisioterapia e fonoaudiologia, há atividades toda semana. “Descobrimos síndrome de West e perda de audição. A síndrome está controlada e ele está fazendo uso de aparelho auditivo. Ano que vem, provavelmente fará a cirurgia para implante coclear”, explica a mãe de Davi.
Você pensa que eles desanimam frente a todas essas necessidades especiais? Não. E o sorriso do Davi explica a razão. Ele está evoluindo, ao seu tempo. E, como toda criança merece, tendo o estímulo dos pais. “Apesar de todos esses fatores, todos os diagnósticos foram precoces, pois desde que saímos da UTI fazemos acompanhamentos com diversos especialistas, alguns mensais e outros semanais, uma rotina bem cansativa, porém muito gratificante. Apesar do desenvolvimento atrasado, temos vitórias a cada dia e a evolução dele está cada vez melhor”, completa a mãe.