Curado, caminhoneiro de Harmonia fala sobre a Covid-19

Marcelo José Schneider recebeu alta do Hospital Unimed no dia 17 deste mês

Um dos primeiros casos de Covid-19 confirmados no Vale do Caí, o caminhoneiro Marcelo José Schneider, 46 anos, de Harmonia, está em casa. Totalmente curado, Marcelo recebeu alta do Hospital Unimed, de Montenegro, no dia 17 de abril, e não sente mais nenhum sintoma do novo coronavírus, mas segue tomando todos os cuidados necessários para não ser infectado novamente.

Nesta semana, o caminhoneiro concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Ibiá e falou sobre a Covid-19 e os dias difíceis pelos quais passou com o vírus. No dia 28 de março (sábado), Marcelo viajou a Iraí a trabalho. Naquela noite, sentiu os primeiros sintomas da doença. “Tive febre, dor de cabeça e muita falta de ar a noite toda. A febre não passava, aí liguei para a minha esposa. Viajei o Estado inteiro na semana anterior ao surgimento dos sintomas”, relembra.

Marcelo José Schneider foi internado no dia 30 de março e recebeu alta no dia 17 deste mês

O homem passou todo o domingo (dia 29 de março) no hospital de Iraí. Na segunda-feira pela manhã foi trazido à Unimed de Montenegro por uma ambulância da Prefeitura de Harmonia. Marcelo ficou internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do HUVC do dia 30 de março até 11 de abril, quando passou a ficar em observação na enfermaria.

Mesmo com todos os sintomas do novo coronavírus, o primeiro teste do paciente de Harmonia deu negativo. No entanto, o teste de contraprova, realizado no dia 6 de abril, deu positivo para Covid-19. “Fiquei bastante agitado por causa da falta de ar, aí tiveram que me sedar por uma semana. Não tenho problemas cardiorrespiratórios, mas sou hipertenso e obeso”, afirma.

De acordo com Marcelo, o ‘segredo’ para quem é diagnosticado com o novo coronavírus é a ventilação, já que o pulmão fica fraco até que os sintomas desapareçam do organismo. “Hoje me sinto 100%, estou curado e não transmito a Covid-19 para ninguém. Estou liberado para sair do isolamento, caso haja necessidade”, enaltece o caminhoneiro.

Após receber alta médica no dia 17 deste mês, o paciente de Harmonia seguiu tomando o antibiótico – que vai até o final desta semana – indicado pelos profissionais da Unimed, devido à imunidade baixa que o vírus provoca. Além disso, Marcelo permanece em casa, respeitando as orientações dós órgãos de saúde. “Tenho que agradecer muito à equipe médica e aos enfermeiros da Unimed. Muita gente não está levando a sério esse vírus. As pessoas têm que se cuidar”, declara.

Médico infectologista Antônio Carlos Rosa Filho

“A maioria das pessoas estão curadas a partir do desaparecimento dos sintomas”, diz infectologista
Com o aumento dos casos confirmados na região e milhares de novos casos de Covid-19 no Brasil a cada dia, uma das maiores dúvidas da população é em relação ao tempo que o novo coronavírus permanece no organismo. O médico infectologista do Hospital Montenegro e do Hospital Unimed Vale do Caí, Antônio Carlos Rosa Filho, explica que esse período varia de paciente para paciente, mas, em geral, a maioria das pessoas estão curadas a partir do desaparecimento dos sintomas. “O correto seria retestar esses casos, mas hoje não temos testes suficientes”, frisa.

Rosa Filho reforça a importância do distanciamento social para evitar a disseminação da Covid-19 e indica que os casos suspeitos com sintomas leves devem permanecer em casa. “Em relação ao caso suspeito que não é grave, possui sintomas leves e não necessita de internação, a orientação é para que fique em casa”, salienta o infectologista.

Além dos casos suspeitos com sintomas leves e dos positivos (leves e graves), ainda existem os casos positivos que são assintomáticos. Antônio Carlos Rosa Filho esclarece que, como essa pessoa não apresenta sintomas do novo coronavírus, o teste muitas vezes não é realizado. “Quando o teste é feito, essa pessoa vai estar curada, em média, 14 dias após o diagnóstico. Em contrapartida, os casos mais graves ficam sintomáticos por mais tempo”, relata.

O médico infectologista ainda diz que, para os pacientes mais graves, os profissionais do Hospital perguntam para os familiares ou até mesmo para o paciente se ele aceita fazer o uso de cloroquina para tratar a Covid-19. No entanto, Rosa Filho assegura que não há nenhum estudo que ateste a eficácia do medicamento. “Até hoje, não temos nenhum protocolo comprovando que isso funciona”, completa.

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