A suspensão do uso e proibição da venda do contraceptivo injetável Demedrox (Medroxiprogesterona 150 mg/ml) por meio da Secretaria Estadual da Saúde pegou usuárias de surpresa. A decisão anunciada pelo secretário estadual da saúde, João Gabbardo dos Reis, ocorreu após notificação de dois casos confirmados de gravidez durante o uso dessa medicação.
O medicamento é fornecido pelo Ministério da Saúde e distribuído pelo Estado aos municípios pelas Coordenadorias Regionais de Saúde. Enquanto a causa da falha ainda é apurada e as medidas governamentais adotadas visam a prevenção de novos casos, quem é usuária do método deve reforçar a prevenção. A ginecologista e obstetra Gisele de Quadros Cislaghi recomenda que as usuárias associem um método de barreira, como a camisinha feminina ou a masculina, e que procurem seus médicos assistentes para se informarem.
Trata-se de um método anticoncepcional injetável, cujas doses são aplicadas a cada três meses. “É importante lembrar que não há nenhum método 100% seguro. Há, sim, métodos altamente seguros, como a própria Demedrox, capaz de evitar gestações em torno de 98%”, diz Gisele.
A ginecologista lembra, ainda, que os problemas foram registrados em dois lotes do produto (L67563, do laboratório Pfizer; e 1627771 do laboratório União Química) e que é necessário avaliar onde está a falha. Ela pode estar na composição da medicação ou em usos indevidos, como má conservação, má aplicação da injeção, data de aplicação errada ou interações medicamentosas que possam reduzir a eficácia da substância, entre outras questões.
A nota oficial da Secretaria Estadual de Saúde destaca a necessidade de orientar às usuárias deste método a adotar medidas de proteção complementar, bem como também a procurar informações, até que os fatos sejam devidamente apurados. Foi recomendado, ainda, que os serviços de saúde segreguem os lotes já identificados e aguardem outras orientações quanto a não utilização de outros lotes.