A quantidade de fios de cabelo que amanhecem em seu travesseiro está assustando? A escova tem ficado carregada deles após se pentear? Ou as entradas parecem a cada dia chamar mais sua atenção? Perder os cabelos é um pesadelo para homens e mulheres. Mas, antes de se preocupar, é bom entender queda de cabelo e calvície são coisas diferentes e problemas que podem afetar a homens e mulheres de formas distintas.
A dermatologista Daiana Decusati explica que a alopecia androgenética (AAG), popularmente chamada de calvície, é caracterizada por uma alteração no ciclo do cabelo, levando a conversão dos fios terminais e deixando-os mais finos, curtos e menos pigmentados. Nos homens, o processo é andrógeno-dependente, isso é, acontecem devido aos hormônios. Nas mulheres, a interferência hormonal é incerta, podendo ser resultado de várias outras condições. A alopecia afeta cerca de 50% dos homens e 25% das mulheres após os 50 anos de idade. “Com o envelhecimento, o aspecto clínico se evidencia e mais de 40% das mulheres e 80% dos homens apresentam AAG acima dos 70 anos”, diz Daiana.
Apesar de frequente, AAG masculina é uma condição socialmente aceita. Já nas mulheres são relatados efeitos negativos na vida pessoal, como baixa autoestima e problemas sociais decorrentes da alopecia, levando-as à procura de tratamentos para o controle da doença. Quem já tem na família casos de calvície, deve procurar tratamento o quanto antes. O processo pode demorar a ser visível clinicamente e uma dermatoscopia – exame feito pelo dermatologista no couro cabeludo – pode demonstrar as alterações muito cedo e assim prevenir que a calvície progrida.
Na alopecia androgenética, os fios vão “desaparecendo”. Eles vão afinando, ficando mais claros até que não nascem mais. “Isso é diferente de queda de cabelo. A queda pode aparecer em diversos outros tipos de alopecias e até em conjunto com a AAG, porém são doenças diferentes”, destaca a especialista.
Nas alopecias por queda, o dermatologista vai investigar as causas e, por fim, pode constatar que ela é ocasionada, também, pelo estresse. “Após descartar várias outras causas sistêmicas, por fim pode-se “culpar” o estresse”, diz Daiana Decusati.
Queda de cabelos x calvície
Queda de cabelos é algo diferente de calvície. Existe uma troca natural dos fios, mas, quando há histórico familiar de calvície, alterações no couro cabeludo e, em média, uma queda de mais de 70 fios por dia, já são fatores importantes que devem ser investigados pelo médico dermatologista.
Qual o tratamento da calvície?
O tratamento da calvície hoje é baseado em uso de medicamentos tópicos, orais, reposição de alguns nutrientes, procedimentos que podemos levar o medicamento diretamente ao couro cabeludo e até mesmo o transplante capilar. O mais importante é estar atento aos sinais para tratar enquanto é tempo. “O diagnóstico precoce é extremamente importante pois é difícil reverter a AAG, normalmente conseguimos retardar os efeitos”, diz Daiana. Não há cura. É um tratamento contínuo.