Cada vez mais espaço para as mães amamentarem

Pode ser lei. Proposta que estabelece punição a  quem constranger amamentação em público tramita no Senado
Amamentar em público é algo que ainda causa controvérsias. Muitos acham constrangedor e outros tantos, natural. Está tramitando no Senado um projeto de lei que garante o direito de as mulheres amamentarem seus filhos em espaços públicos. Caso a matéria seja aprovada, quem constranger a lactante pode pagar uma multa de até R$ 440 mil.
Algumas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, já punem quem constrange a mãe que estiver amamentando. As multas podem chegar a até R$ 912,52. São considerados espaços públicos todos os locais, abertos ou fechados, destinados ao comércio, cultura e recreação ou prestação de serviço.

 


Recentemente, duas manifestações em redes sociais chamaram a atenção em Montenegro. Embora não haja uma legislação específica sobre o aleitamento materno no município, os depoimentos falavam sobre o tratamento que as mamães receberam em lojas da cidade. Ambas as histórias elogiavam a atenção com as mães e seus bebês.
Angélica Cristiele Teles de Souza, 21 anos e mãe do Arthur, de seis meses, foi uma das pessoas que publicou sua satisfação com o tratamento recebido no comércio local. Segundo ela, ao entrar na loja Balaio de Gata com o bebê no colo, uma das vendedoras se ofereceu para segurar Arthur, dando mais liberdade para Angélica ver as peças. Quando o bebê quis mamar, segundo ela, imediatamente outra funcionária trouxe um banquinho e colocou onde ela estava, para que a mãe pudesse alimentar o filho.

 


Ela classificou como exemplar a atitude das funcionárias e diz que ficou muito admirada. “Me senti lisonjeada”, disse. Angélica, conta que sempre sonhou em amamentar e relata que, apesar de já estar inserindo alimentos, as mamadas ainda são a principal fonte de nutrição de Arthur. Ela diz que considera rara essa atenção, mas cita outros exemplos na cidade. “As lojas Pompéia também têm atendimento ótimo. Mesmo entrando sem a intenção de comprar sempre me atenderam bem e deixavam eu sentar e amamentar”, conta.

 
As lojas Oba Oba também receberam esse elogio nas redes sociais, ainda no final de 2016, por ter prestado atendimento semelhante a uma mamãe e seu bebê. Quem postou a história foi a tia da criança. Ela relatou, em sua manifestação, que bons exemplos tinham que ser publicados. “Meus parabéns a essa moça e desculpa por não ter perguntado seu nome”, comentou também.

Patrícia (centro), proprietária da loja e as vendedoras Kimberlin e Ediane

“Foi instinto materno”

Kimberlin Fernandes, 20, foi a vendedora que trouxe o banquinho até Angélica para que ela pudesse amamentar. Ela conta que a situação toda aconteceu de forma natural e que não esperava a repercussão nas redes sociais. “Como todas aqui são mães, a gente sempre acaba brincando com as crianças e pegando para que as mães consigam ver e provar as roupas mais à vontade. A gente se coloca no lugar delas”, diz.

 
Para ela, apesar de ter sido uma atitude natural, esse acaba sendo um diferencial do estabelecimento comercial. “A cliente se sente em casa. Essa é a nossa intenção”, sublinha.
A proprietária da loja, Patrícia Batista, 24, relata que não estava no comércio no dia e só ficou sabendo do que aconteceu pelas redes sociais. “Eu estava em um velório e me disseram que estavam falando da minha loja no Facebook. Eu fiquei preocupada, mas quando li, até fui agradecer a ela pela postagem”, conta.

 

Amamentar é questão de saúde

A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que o aleitamento materno seja exclusivo pelos primeiros seis meses de vida, continuando como alimentação complementar até os dois anos ou mais.
De acordo com a OMS, a amamentação reduz a mortalidade infantil e contribui com uma série de benefícios que se estendem para a vida adulta.

 
O aleitamento materno tem vantagens para mãe e para o bebê: previne infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias; tem um efeito protetor sobre as alergias e faz com que os bebês tenham uma melhor adaptação a outros alimentos.

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