A projeção de uma redução aproximada de 10% na área de safra fez com que a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) estudasse alternativas para diminuir o impacto aos produtores. Segundo o coordenador técnico da Câmara Setorial do Trigo da Seapi, Altair Hommerding, o Governo, junto com entidades da cadeia produtiva, tenta encontrar soluções para melhorar a logística de mercado; aumentar a capacidade de armazenamento dos grãos; e diminuir despesas portuárias, para facilitar a exportação do produto.
“Queremos melhorar a qualidade do trigo colhido para atrair novos mercados. Para isso, trabalhamos na segregação das cultivares, de modo a reduzir a mistura”, explica Hommerding. Conforme ele, já existe orientação aos produtores para que cultivares de trigo com propósitos diferentes sejam armazenadas em diferentes lugares. “Lotes mais homogêneos vão conferir mais qualidade aos grãos. É importante fazer a segregação também desde o plantio”, adverte.
O coordenador esclarece que a queda da área a ser semeada na safra 2017 é reflexo da dificuldade na comercialização do produto colhido em 2016, que não atendeu às expectativas dos produtores. “Apesar dos incentivos do governo na comercialização da safra 2016, não houve aumento no preço do produto no mercado”, avalia. De acordo com Hommerding, o preço mínimo da saca de trigo-pão tipo I (60 quilos) na região Sul é de R$ 37,26. “Porém, no Rio Grande do Sul, o preço de mercado está em torno de R$ 28,00 a saca”.