A 46ª Expointer que encerra neste domingo, dia 3, em Esteio está pautada no tema “a inovação faz o agro forte”. Ele pode ser verificado na tecnologia embarca de maquinário, na genética dos animais de criação e na produção agrícola, especialmente aquela impulsionada pela Emater-Ascar/RS junto aos pequenos. A atual presidenta da entidade, Mara Helena Saalfeld, ressalta que o trabalho não tem se limitado à tecnologia, sendo dada atenção também à inovação de culturas, como forma de ampliar as fontes de renda.
No espaço com mais de 1 hectare, em frente ao Pavilhão da Agricultura Familiar, o destaque tem sido o programa “Flores para Todos”, uma parceria entre a Emater/RS-Ascar e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Sua execução aproveita uma crescente demanda comercial por flores decorativas nas cidades para oportunizar renda extra nas pequenas propriedades. A beleza está ainda em resgatar espécies populares que coloriram os jardins das avós, como as Gladíolos, conhecidas por Palma; ou Girassóis e Dálias.
A contribuição dos universitários foi o desenvolvimento do aplicativo PhenoGlad, para smartphone e notebook. Através dele o agricultor recebe orientações sobre o cultivo de flores, como melhor época do ano para plantio e corte ou cuidados com severas mudanças climáticas. Presente no estande a céu aberto, a estudante de Agronomia da UFSM Letícia Ferronato, defende a viabilidade desta prodição, exemplificando que em 1 m² é possível plantar 32 pés de Girassol.
A extencionista rural na Emater de Cristal, Noemia Hahn Richter, informa que o APP PhenoGlad já foi adotada em outros estados do Brasil, e através de outra aluna da Universidade chegou na Itália. O aplicativo é baixado gratuitamente e pode receber atualizações em caso de fenômenos meteorológicos extraordinários. A diversificação na agricultura familiar proposta pela tem por base os três pilares da produção sustentável: ambiental, social e econômico.
Desafios no campo são básicos
Mas para que todos do meio rural tenham acesso à tecnologia, a Emater tem encontrado gargalos em áreas vitais. “É impossível levar a inovação sem essas duas coisas, energia elétrica e internet”, definiu Mara Helena. Para mitigá-los foi lançado o programa “Rural Conectado”, que inclui o “GPS Campeiro”, através do qual as propriedades são geo-referenciadas, permitindo rápido acesso a serviços, como de segurança e emergência médica. (veja entrevista abaixo, link do canal Jornal Ibiá no Youtube)
No espaço ao ar livre, a Emater apresenta inúmeros projetos de inovação e fomento técnico em vários seguimentos produtivos da Agricultura Familiar. Além do cultivo de hortaliças, flores, criação de gado, agroindústrias, piscicultura, o tema Educação Ambiental, tem chamado muita atenção, especialmente aquele dedicado à preservação das abelhas.
O “Caminhos do Mel” orienta sobre a criação e manutenção de de colméias e comercialização do mel; mas, sobretudo, informa todos os visiantes sobre o risco que corre este inseto fundamental para a polinização das lavouras. Neste ano, a Emater recebeu adesão da Federação das Associações de Meliponicultores do Estado do Rio Grande do Sul (Femers) para divulgar o trabalho de reintrodução e preservação na natureza das abelhas nativas “sem ferrão”.
No espaço entre as árvores, os Meliponicultores oferecem degustação de mel feito por diferentes espécies de abelhas nativas do Brasil, revelando sabores e texturas desconhecidas da população, mas que foram do cotidianos dos povos originários. O propólis também é oferecido para degustação, enquanto é dada uma aula sobre o trabalho excencial das abelhas para a vida.
Dados atualizados da Fruticultura
Em evento na 46ª Expointer, a Emater/RS-Ascar divulgou Levantamento da Fruticultura e da Olericultura Comercial do RS – 2023; coletados em 497 municipais, entre março e maio. Os dados confirmam que 36 espécies frutícolas são cultivadas em 133.273 hectares (ha), envolvendo 47.369 Unidades Produtivas (UPs) e gerando uma produção de 2.653.401 toneladas (ton) e aproximado de R$ 7,5 bilhões.
Em relação ao último censo em 2020, houve um aumento de 16,1% na produção (367.953 ton). Os citros são a terceira maior (atrás da uva e da maça): laranja (297.688 ton; 7.405 UPs; e 14.461 ha), maior produtor é o município de Alpestre; e a bergamota (164.358 ton; 4.581 UPs; e 9.488 ha), predominante na região do Vale do Caí, em especial Montenegro, mas com expansão para diversas regiões.