REPRESENTANTES da Câmara e da Prefeitura foram a Farroupilha conhecer o projeto esta semana
“Temos interesse por tudo que vier a ajudar a população, sobretudo a de baixa renda.” É desta forma que o prefeito Kadu Müller se posiciona em relação ao projeto “Farmácia Solidária”, uma iniciativa desenvolvida em Farroupilha, através da qual a Prefeitura recebe sobras de medicamentos e as redistribui entre os usuários mais carentes. Esta semana, um grupo de montenegrinos, incluindo representantes da Câmara e do Executivo, foi à Serra conhecer a proposta.
A Farmácia Solidária surgiu em 2015, a partir da preocupação com a falta de remédios para quem mais necessita. A farmacêutica e então primeira-dama de Farroupilha, Fran Somensi, atualmente deputada estadual, percebeu que, muitas vezes, as pessoas compram determinado remédio e não usam tudo. As sobras acabam jogadas dentro de gavetas e perdem a validade, quando poderiam estar ajudando pessoas que não têm condições de fazer a aquisição. O projeto nasceu com o objetivo de fazer esta coleta e posterior redistribuição entre os moradores.
Em Farroupilha, são aproveitados somente remédios dentro do prazo de validade e com o lote legível. Diante do sucesso da iniciativa, a parlamentar começou a difundir seus resultados, com o objetivo de semear ações semelhantes em outras cidades. Em Montenegro, o primeiro contato foi com o vereador Cristiano Braatz (MDB), presidente da Câmara. Ele trouxe a idealizadora do projeto à cidade para explicar seu funcionamento. Esta semana, a visita a Farroupilha foi mais um passo para a sua concretização.
Liderada por Cristiano, também participaram da visita a secretária municipal de Saúde, Cristina Reinheimer, a assessora especial Marilisse Belmonte e Silvana Schons, do Serviço de Vigilância em Saúde. O grupo ficou satisfeito com o que viu e deve se reunir ainda nesta semana com o prefeito para iniciar os encaminhamentos.
Kadu diz que seria temerário estabelecer prazos para a implantação da Farmácia Solidária, pois depende da formulação e da aprovação de uma lei específica para regrar o funcionamento. “Vamos trabalhar para que aconteça o mais rápido possível”, promete. O chefe do Executivo acredita que a iniciativa pode, inclusive, ser ampliada para permitir também a captação de outros itens, como fraldas geriátricas, por exemplo. “Tanto alguns tipos de remédios quanto as fraldas são obrigações do Estado e sempre há falta. Quem sabe, podemos diminuir essa necessidade”, planeja.
O projeto começou pequeno em Farroupilha e foi sendo ampliado graças ao engajamento da sociedade. “Começamos com um trabalho voluntário, sendo que, como farmacêutica, eu mesma coloquei a mão na massa”, explicou a deputada Fran Somensi. Hoje, existe um profissional contratado, que é servidor do Executivo. A outra ponta do projeto é o descarte correto dos itens que não podem ser distribuídos.
Em três anos, duas toneladas de remédios vencidos tiveram destino adequado, evitando o impacto ambiental. Além disso, no mesmo período, foram mais de R$ 1,8 milhão em remédios distribuídos à população, tudo oriundo da colaboração e da participação da própria comunidade.