Eleições. Presidente do órgão eleitoral visitou Montenegro e falou sobre sua expectativa com a reforma na política
O Cartório da 31ª Zona Eleitoral foi o primeiro visitado pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Carlos Cini Marchionati. Ele esteve quinta-feira na sede do órgão responsável por parte dos municípios do Vale do Caí, onde foi recebido pelo chefe da unidade, Diego Coitinho, e a juíza eleitoral, Deise Fabiana Lange Vicente. Essa é a efetivação da promessa de posse de Marchionati, de que promoveria a aproximação com os servidores e juízes nas cidades.
Após conhecer as dependências e expor a juíza Deise seu desejo que o Cartório voltasse a atuar junto ao Fórum, o desembargador falou com a imprensa. Ele revelou que a pauta que domina os debates agora é o rezoneamento, que extinguiria 16 das 173 zonas eleitorais gaúchas. Na região, além da Feliz que deixaria de existir; Triunfo, Taquari e Teutonia estão na lista para que uma delas seja incorporada por outra Zona.
A ideia é do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), sob argumento da economicidade, baseado em mudanças demográficas e geográficas ocorridas ao longo dos anos. Marchionati concorda com essa segunda colocação do órgão nacional. Ele observa que ao longo dos anos foram sendo criadas Zonas Eleitorais sob argumentos plausíveis, mas que desapareceram com o passar do tempo.
Grandes centros urbanos do Brasil – como Rio de Janeiro e São Paulo – agora estão muito próximos e atendidos por transporte, o que não justifica 90 ou 100 áreas. Todavia, a realidade do Rio Grande do Sul, com pequenas comunidades em regiões remotas, caracterizadas como interior, coloca o estado como exceção. “Proporcionalemente, o Rio Grande do Sul é aquele com menos Zonas Eleitorais”, garante.
Essa argumentação foi enviada pelo TRE-RS em robusto documento direcionado ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes. No mesmo estudo, Marchionati e sua equipe afirmam que a extinção de 10 cartórios no estado representaria economia de apenas 0,59% do investido. Questionado a respeito da reforma política que tramita em Brasília, o presidente não quis tecer longa abordagem, pois nada está definido de fato.
Mas comentou que sua expectativa é que haja regulamentação do financiamento de campanha, sem dinheiro público; e que seja realizado processo de conscientização do eleitor quanto ao ato de votar. “Ele precisa entender que um candidato faz mais ou menos votos. Mas quem perde a eleição é o eleitor e a sociedade”, proferiu. Outro ponto é a regra de criação de partidos, que hoje somam 35 no país.