Faltam 470 dias: Quem será o próximo prefeito de Montenegro?

PARTIDOS não definiram nada por enquanto, mas, entre os filiados, alguns nomes começam a surgir

A pouco mais de um ano das convenções que definirão os nomes para a disputa à Prefeitura de Montenegro, pelo menos dez partidos estão em condições de lançar candidatos próprios a prefeito nas eleições de 2020. Pela legislação em vigor, as legendas definirão as coligações e os nomes com os quais pretendem chegar ao Palácio Rio Branco entre 20 de julho e 5 de agosto do próximo ano. O reencontro da população com as urnas já tem data marcada: 4 de outubro.

De modo geral, o quadro eleitoral está indefinido e fora a certeza de que o prefeito Carlos Eduardo Müller vai tentar a reeleição, todo o resto é especulação. Filiado ao Progressistas desde março, Kadu era vice e herdou o mandato de Luiz Américo Aldana, cassado em agosto de 2017. Ao deixar sua antiga legenda, o Solidariedade, e buscar uma sigla mais organizada e tradicional, o chefe do Executivo deixou claro que deseja continuar no poder.
Embora os presidentes dos partidos demonstrem pouco interesse em falar em nomes por enquanto, entre os filiados, algumas pré-candidaturas começam a tomar corpo. Na última eleição, os montenegrinos escolheram entre seis postulantes e, se esse número já pareceu grande, é possível que aumente ainda mais em 2020. A “culpa” é do fim das coligações proporcionais, ou seja, para vereador.

Até a eleição passada, dois ou mais partidos podiam lançar nominata conjunta na corrida pelas 10 vagas da Câmara e os eleitos eram os mais votados daquele grupo. A vantagem deste sistema é que ficava mais fácil atingir o quociente eleitoral, que é o número de votos válidos dividido pelo de cadeiras em disputa. Em geral, nas últimas eleições, ele acabava ficando perto dos 4 mil votos. Então, cada vez que uma coligação alcançava esta votação, o candidato do grupo que tinha o melhor desempenho era eleito. Agora isso não será permitido. Cada legenda terá de concorrer sozinha.

Segundo os cientistas políticos, a maior parte das mais de 30 agremiações políticas registradas no Brasil não tem potencial para, sozinha, alcançar a votação mínima necessária para eleger um vereador. Porém, se lançar também um candidato a prefeito, em tese, a visibilidade da sigla e de suas propostas será maior, o que pode ajudar os aspirantes à Câmara. Em 2016, 15 partidos apresentaram candidatos à comunidade, mas apenas seis ofereceram nomes para a Prefeitura.

Dos aspirantes ao Executivo de três anos atrás, pelo menos dois devem ficar de fora da disputa majoritária em 2020. Luiz Américo Aldana, do PSB, vencedor da “corrida”, está inelegível depois da cassação. E Ademir Fachini, que representou o PDT, teve um desempenho fraco e dificilmente tentará novamente.

As outras personalidades envolvidas na corrida, porém, continuam sendo opções. Adairto da Rosa, o Chacall, do PSDB, depois de anunciar sua saída da política, voltou atrás e ingressou no PDT, a princípio, para concorrer a vereador. Contudo, sempre é uma opção. Roberto Braatz, que representou o MDB em 2016 depois de cinco mandatos na Câmara, retirou-se em 2017, mas seu permanente acompanhamento da política local sugere que ainda não pendurou as chuteiras.

Da mesma forma, o ex-prefeito Percival de Oliveira, que acabou em quarto lugar no último pleito depois de governar a cidade por dois mandatos, entre 2005 e 2012, abandonou o PTB, mas vem sendo sondado por outros partidos. Gustavo Zanatta, que era do Progressistas, foi preterido pelos “companheiros” quando atraíram o prefeito Kadu. Ele vai para o PTB e avisa: concorrerá novamente.

Filiações e mudança de domicílio permitidas até abril
Qualquer projeção feita agora não passa de exercício, já que as definições mesmo devem ocorrer somente no segundo trimestre do ano que vem. A lei 9.504/97 previa que, para concorrer, o candidato teria que possuir domicílio eleitoral na cidade, pelo menos, um ano antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo partido, no mínimo, seis meses antes da data da votação. A minirreforma eleitoral realizada em 2017, porém, estabeleceu que tanto o domicílio eleitoral quanto a filiação partidária devem ser definidos pelo prazo de seis meses. Ou seja, o limite passou para 4 de abril.

A medida acaba beneficiando políticos de uma cidade que desejam concorrer em outra. É o caso do prefeito de Pareci Novo, Oregino José Francisco, que recentemente manifestou interesse em governar Montenegro. Pela regra antiga, ele teria de abandonar o Executivo parecinovense até o dia 4 de outubro deste ano, já que seu domicílio eleitoral mudaria nesta data e isso é condição essencial para o exercício do mandato. Pela nova regra, a decisão poderá ser tomada no ano que vem.

Para concorrer
Para poder assumir uma candidatura, a pessoa precisa:
– ter nacionalidade brasileira ou ser naturalizada;
– estar em pleno exercício dos direitos políticos;
– estar alistado na Justiça Eleitoral;
– ter domicílio eleitoral na circunscrição pelo menos seis meses antes do pleito;
– ser filiado a um partido político, também, pelo menos seis meses antes da eleição;
– estar alfabetizado (saber ler e escrever).

Outra importante condição é a idade mínima exigida para cada cargo ao qual se deseja concorrer. A idade mínima é verificada na data da posse. Confira:
– 18 anos para vereador;
– 21 um anos para prefeito e vice-prefeito.

Janela para troca
No começo do ano que vem, ocorre um movimento importante no jogo político. A exemplo do que aconteceu em 2016, deve ser aberta uma “janela” de 30 dias para que políticos com mandato possam trocar de legenda livremente. Pela legislação em vigor, hoje, se um vereador passar de uma sigla para outra, ele perde o mandato e quem assume é o suplente.

A situação nos partidos
A reportagem do Ibiá consultou dirigentes e filiados de várias legendas para analisar o quadro político hoje:

Progressistas – É o partido mais organizado, com candidato a prefeito definido. Kadu Müller será seu representante e buscará a reeleição.

PDT – Tem na ex-vereadora Iolanda Hofstätter, a mais votada da história de Montenegro, no pleito de 1996, novamente sua principal aposta. O partido espera por uma definição dela, mas possui outros nomes, como o ex-prefeito Paulo Azeredo, seu irmão, cassado em 2015; a ex-vereadora Iria Camargo e o empresário Adairto da Rosa, o Chacall.

MDB – O médico Waldir João Kleber, que concorreu a deputado estadual ano passado, é a principal aposta da legenda, que tem ainda o vereador Cristiano Braatz como opção. Porém, ele já disse que sua vocação é o Legislativo.

PSB – Vencedor de 2016, está fragilizado desde a Operação Ibiaçá e o Impeachment de Luiz Américo Aldana em 2017. Kellen de Mattos, que se filiou ano passado, é o principal nome hoje.

PTB – Depois de um desempenho fraco em 2016, quando concorreu com o ex-prefeito Percival de Oliveira, o partido tem no ex-vereador Gustavo Zanatta uma nova alternativa. Preterido no Progressistas, ele deve confirmar a filiação em breve, já com foco na candidatura a prefeito.

PSDB – Márcio Menezes, ex-secretário de Indústria e Comércio e chefe de gabinete do governo Azeredo, é candidatíssimo, após muitos anos de militância no PDT. Já tem até companheiro de chapa: o citricultor Pedro Ulrich.

PCdoB – O principal nome do “partidão” é o do comerciário Rodrigo Corrêa, candidato a deputado federal no ano passado. Recentemente, foi autor de um polêmico pedido de Impeachment do prefeito Kadu, rejeitado pela Câmara.

PT – Enfraquecida desde o impeachment da presidente Dilma e a prisão de Lula, a legenda tem no ex-vereador Ricardo Kraemer uma referência. Filiados também citam Marcos Gehlen, igualmente ex-vereador, e Ezequiel Adriano de Souza, líder estudantil, como opções.

PR – O vereador Talis Ferreira, com seus milhares de seguidores nas redes sociais, é o grande nome, mas ele já sinalizou que deve ir para o Progressistas e buscar a reeleição.

PSL – O partido do presidente Bolsonaro tenta atrair o prefeito de Pareci Novo, Oregino Francisco, para concorrer em Montenegro. O coronel Leodimar Mantovani é outra aposta.

* O ex-prefeito Percival de Oliveira (2005 a 2012) já manifestou seu desejo de concorrer novamente ao comando do Executivo. Ele afirma que está analisando convites de alguns partidos para definir seu novo endereço político. Na disputa de 2016, representou o PTB e o fato de estar com a candidatura impugnada até poucos dias antes do pleito prejudicou seu desempenho.

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