Ari Müller: “Eu não dependo da Política pra viver”

Ari Müller foi mais um dos vereadores eleitos entrevistados pela Rádio Ibiá Web. Ele conquistou 641 votos no último dia 15 e volta à Câmara de Vereadores após três mandatos, entre 2005 e 2016. É filiado ao PP após anos no PDT e funcionário aposentado do Banco do Brasil. Recentemente, foi secretário de Desenvolvimento Rural no Governo Kadu Müller. Confira os principais pontos dessa conversa:

Jornal Ibiá: Nas eleições de 2016, o senhor ainda era do PDT e enfrentou alguns problemas quando Paulo Azeredo resolveu também concorrer a vereador, mesmo impugnado pela Justiça Eleitoral. Como acabaram dividindo os votos que normalmente o senhor colhia sozinho, ambos ficaram de fora da Câmara; mas, hoje, estão os dois eleitos. Superada toda essa situação, qual é a sua leitura do que aconteceu? O senhor se sentiu prejudicado pela situação?
Ari Müller: Não. É que o nosso eleitorado, em grande parte, é o mesmo. Nós nunca tínhamos concorrido juntos, aí acabamos, nós dois, nenhum entrando. Mas não. Quem entra numa disputa política está sujeito a isso aí. Isso ta superado, isso passou e vamos olhar pra frente.

Foi por isso que o senhor deixou o PDT após tantos anos?
Ari: Não. Eu fui convidado pelo PP e tenho vários amigos no PP. Muitos dos meus votos, mesmo no PDT, eram do PP; assim como agora, vários dos meus votos são de pessoas ligadas diretamente ao PDT. Eu achei melhor ir pro PP, onde a gente se sentia mais a vontade.

À frente do Desenvolvimento Rural , o senhor presenciou a manifestação de produtores rurais que pediam melhores condições de vida durante a abertura da safra de citros. Circula inclusive, um vídeo, onde os manifestantes tentaram barrar a sua saída para ser cumprido o combinado de que todos saíssem do local pelo caminho em que as estradas ainda não tinham sido arrumadas. Na gravação, o senhor disse que haveria conseqüências para aquilo. O que se passou?
Ari: Eu saí dali e nem me lembrei na hora (do combinado). Foi tudo superado e o que eles pediram, nós fizemos, fizemos as estradas. Quem tava ali, os que não eram meus amigos, eram filhos de grandes amigos. E depois, o que eles exigiram lá era o CFO e isso já foi um pré-requisito pra eu assumir a secretaria. Quando eu fui convidado pelo prefeito Kadu, eu disse ‘prefeito, eu vou pra secretaria, só que nós vamos implantar o CFO em Montenegro’. É um pleito meu desde 2016, que eu vinha batalhando em cima e, como secretário, eu fiz. Eu tinha assumido oito dias antes e eu apanhei de graça. Inclusive, eu disse pra eles que queria 90 dias e aí não teve manifestação nenhuma. O que foi prometido foi feito.

No vídeo, o senhor disse que haveria consequências para os que tentaram barrar a passagem na abertura da safra.
Ari: E houve. A consequência foi fazer.

Não foi uma ameaça?
Ari: Não, claro que não. Você acha que ia ameaçar meus amigos? Filhos de meus amigos? Não. Eu sou muito democrático. Isso é criar uma tempestade num copo d’água. Olha o quanto de coisas foram feitas. Só não vê quem não anda pelo interior.

O que o senhor ainda vê de mais urgente dentre as pautas do interior?
Ari: No meio rural, são as estradas, manter as estradas; e atendimento da porteira pra dentro, o que nós fizemos bastante. Eu sou produtor rural e tudo o que aquelas pessoas que estavam reclamando, eu senti como produtor rural, também. Eu tenho a minha propriedade no interior. (Como secretário), nós criamos incentivo pro CFO e contratamos empresa terceirizada pra trabalhar da porteira pra dentro.

O senhor também teve como bandeiras, enquanto vereador, a questão da telefonia no interior. Vai voltar com essa pauta?
Ari: Nós já tínhamos tudo acertado pra instalação de uma antena na Costa da Serra, mas, na época, o prefeito Percival não concordou porque tinha que ser alterada a lei da instalação no Meio Ambiente. Eu entrei com projeto de lei alterando essa lei, que foi sancionada pelo presidente da Câmara porque o prefeito Percival não sancionou, já que é uma lei que reelege qualquer vereador. Mas não era a minha intenção. Felizmente, eu não dependo da Política pra viver. Eu to ali pra trabalhar. Depois que eu alterei a lei, fomos até lá, mas hoje a região é da Oi e nós tínhamos acertado com a Vivo e a Vivo não instalou mais. Vamos ter que retomar isso aí.

O que o senhor destaca dos três mandatos que já teve na Câmara?
Ari: O mais importante foi a instalação do Caps. O Caps foi uma indicação minha e que, pelo prefeito, não foi negada, mas não foi bem acolhida. Eu corri por fora, com o presidente do Conselho de Saúde. Levei a ele e ele acatou. Agora, nós temos que ver o que podemos melhorar. Acho que tem coisas pra melhorar e nós temos muitas pessoas que são dependentes disso aí; pessoas com necessidades especiais e os dependentes químicos.

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