Caso foi seguido de ameaças e agressões em saída de festa
Anelise dos Santos da Silva, de 40 anos, procurou o plantão da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) no início da tarde de terça-feira, 12, para efetuar uma ocorrência após sofrer ofensas raciais. Ela estava acompanhada de dois colegas e do responsável pela equipe de seguranças em que trabalhava na noite do último sábado, 9.
Os fatos teriam iniciado em torno de 23h30, quando uma mulher estaria entrando na festa. Conforme Luiz Antenor, da empresa Tabajara, os seguranças realizavam revistas, visando evitar a entrada de drogas e armas no estabelecimento. Foi quando diz que ocorreram as primeiras ofensas de cunho racista. “Ela perguntou se não tinha outra pessoa para fazer a revista. Disse que ‘nego’ não botava a mão nela”, declara. “Sem revista tu não vai entrar”, alertou Anelise. E então diz que a revista foi feita e a mulher entrou no evento.
Já na saída da festa, por volta de 4h30, ocorreu outro problema. Anelise lembra que a mesma mulher não queria sair do salão, mesmo com a festa já tendo terminado. E diz que teria proferido ofensas raciais, palavras de baixo calão e ameaças, inclusive de morte. Também houve luta corporal na rua Ramiro Barcelos, inclusive resultando em pessoas feridas. Anelise levou na Delegacia o uniforme de um dos seguranças, que ficou todo rasgado. Já outro mostrou um ferimento na cabeça, onde teria sido atingido por um pedaço de madeira, arrancado do local. Anelise diz que foi chamada a Brigada Militar, mas os quatro envolvidos acabaram fugindo.
Na DPPA foi efetuado registro de injúria discriminatória contra quatro pessoas, que teriam ofendido, ameaçado e se envolvido em agressões contra os seguranças. As vítimas manifestaram o desejo de representar criminalmente contra os agressores.