Vítima seria uma aluna de 16 anos da Escola Paulo Ribeiro Campos
A mãe de uma aluna do 2° ano do Ensino Médio da Escola Estadual Paulo Ribeiro Campos, o Polivalente, entrou em contato com a reportagem do Jornal Ibiá para denunciar um fato que teria ocorrido no colégio. Casselaine da Silva Cezar relatou que registrou ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), na última sexta-feira, 11, com denúncia de injúria discriminatória.
A estudante, de 16 anos, disse que faz cerca de um mês quando reclamou para uma professora sobre uma prova. “Como fui escolhida pelos colegas como representante da turma, falei que todo mundo foi mal na prova porque não tínhamos entendido o conteúdo”, lembra. Desde então a adolescente disse que vinha sendo tratada pela professora de uma forma “diferente”. “Me colocou do lado da mesa dela e ficou me xingando. Não me deixava ir ao banheiro e nem conversar ou olhar para os colegas”, recorda. Foi então que decidiu entrar em contato com a direção.
Ao tomar conhecimento, Casselaine diz que foi na escola para falar com a professora e a diretora. “Queria saber por que minha filha foi isolada”, diz, citando que a adolescente chegou chorando em casa, acreditando se tratar de um caso de racismo. “Sou a única aluna negra da turma”, afirma a estudante. “Ela falou para meus colegas que eu era uma “neguinha nojenta que fazia barraco na secretaria”.
Depoimento na CRE
Nesta quarta-feira, 16, a diretora Rosangela Koch e a professora prestaram esclarecimentos na 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em São Leopoldo.
“Esse episódio pegou a todos de surpresa. É a primeira vez que uma denúncia assim é trazida a público. A família foi acolhida na escola quando trouxe a queixa. A professora foi ouvida e negou as acusações. A família encaminhou a denúncia na via judicial. O assunto foi levado a CRE que convocou a professora e a diretora para conversar. Conforme os protocolos para esse tipo de situação, a professora foi dispensada do seu contrato de trabalho”, relatou a diretora.
A diretora cita que ouviu os relatos da aluna, mãe e da professora. “Ela disse que a professora estava pegando no pé, não a deixava ir ao banheiro e a separou dos colegas”, lembra. E que quando estava reunido um grupo de alunos, a professora teria reclamado que aquela negrinha falou mal dela para a diretora. Isso foi confirmado por duas alunas que conversei”, recorda.
A professora, que não era nomeada, está afastada, aguardando a sindicância da CRE. Ela tem o direito a defesa, tanto na sindicância da Coordenadoria como no inquérito policial. Enquanto isso se aguarda um novo professor para dar seguimento as aulas de matemática.
Conforme o delegado de Polícia, Marcos Eduardo Pepe, foram feitos dois registros na Delegacia de Montenegro e que estão sob investigação. Um dos registros foi por parte da mãe, acusando a professora de injúria racial. E a outra ocorrência foi registrada pela professora, por calúnia. “A professora entendeu que foi caluniada pela mãe da menina”, informa o delegado.