SEGURAnÇA EM TERRA E NO MAR. Dupla relata histórias inusitadas e emocionantes
O sargento Richer Pires, de 33 anos, e o soldado Anderson Pedroso, 34, servidores do 5º Batalhão da Polícia Militar de Montenegro participam, como salva-vidas, da Operação Verão 2023, no Litoral Norte gaúcho. A dupla representa um grupo de policiais militares que, nesta época do ano, troca a farda pelo uniforme de guarda-vidas. Embora a atividade exercida seja diferente entre ambas as profissões, o objetivo final é o mesmo: zelar pela segurança da população.
Richer chega a sua sétima participação na Operação Verão. Seis delas foram em praias e uma no balneário municipal Afonso Kunrath, o Baixio, em Montenegro. Anderson contabiliza cinco verões na atividade litorânea e acumula 18 salvamentos executados com sucesso. Este ano o sargento está na praia de Arroio do Sal, já o soldado encontra-se em Mariluz.
Ambos deixam suas famílias, na cidade onde moram, para cuidar da família dos outros. “A experiência é única e gratificante. A sensação de poder devolver um ente querido com vida para seus familiares é indescritível”, justifica Anderson.
Quando a saudade de casa aperta, algumas situações contribuem para os salva-vidas se convencerem de que estão fazendo a coisa certa, ajudando a quem precisa. Em 2020, em Arroio do Sal, Richer viveu um momento de emoção que para sempre será lembrado, por ele. “Ouvíamos pedido de socorro, mas não enxergávamos de onde vinha. Uma pessoa foi gritando para outra até que conseguimos ver de onde vinha o chamado. Era um menino que estava muito longe. Eu e o colega conseguimos chegar até ele e salvá-lo”, conta o sargento.
A emoção que já era grande por se tratar do salvamento de uma criança aumentou quando Richer descobriu que o menino se chamava Isaac, mesmo nome do filho dele, que havia nascido há poucos dias. “Meu filho nasceu no dia 6 de dezembro e eu comecei na Operação Verão no dia 13. A gente se emociona por ser uma criança e pelo gesto de agradecimento da pessoa”, comenta o sargento.
O papel de salvar vidas também gerou história, protagonizada por criança, para ser contada pelo soldado Pedroso. Em janeiro de 2017, na praia de Cidreira, um garoto de 14 anos ignorou as orientações do salva-vidas e colou a si próprio em risco. “Apitei três vezes e quando já estava indo lá, convidá-lo a sair do local, ele caiu e a água o levou. Chegamos rápido; eu primeiro e meu colega logo em seguida”, recorda Pedroso. “Lembro que ele pedia muito que não o deixasse morrer, estabilizamos e o retiramos da água”.
A família do menino encontrou uma forma inusitada de agradecer pelo salvamento. “Nos convidaram para sermos padrinhos de casamento da irmã dele”, conta o soldado. Para os PMs, situações como essas é que fazem valer a pena todo o treinamento e dedicação para exercer a atividade de salva-vidas.