RETA FINAL. Reforma e ampliação do prédio trará melhores condições de atendimento ao público

Em breve, a Polícia Civil de São Sebastião do Caí estará de “casa nova”. Já está quase tudo pronto para a mudança até a nova Delegacia, localizada a poucos metros do atual endereço, na rua Cel. Paulino Teixeira, no Centro da cidade. A unidade conta com cerca de 500 metros quadrados de área construída, quase o dobro do local onde está instalada a DP há 14 anos. A estrutura oferecerá melhores condições de trabalho aos agentes e mais conforto para a comunidade. A inauguração está prevista para ocorrer na primeira quinzena do mês de março, ainda sem data definida.
Contar com uma sede própria é uma antiga demanda da Polícia Civil do Caí. Depois de ter funcionado em vários prédios alugados, muitos deles sem condições adequadas para o trabalho, agora finalmente servidores e cidadãos terão instalações apropriadas, no local destinado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado para uso da Polícia Civil. A obra de reforma e ampliação da nova DP teve início em junho de 2018. Dar início aos trabalhos não foi nada fácil, relata a delegada Cleusa Spinato. O apoio da comunidade e de empresas foi fundamental para tornar o sonho realidade. O projeto foi feito pelo arquiteto Alexandre Koch, que, além de contribuir com o planejamento, acompanhou de perto o andamento do trabalho.
Caienses e pessoas de municípios vizinhos colaboraram de várias formas. “A comunidade é muito colaborativa. Em todos os lugares a que fui, ninguém me disse não”, conta a delegada. “Cada um contribuiu dentro daquilo que era possível, alguns com materiais, outros com serviços. Tem um senhor que nos doou frete pra buscar materiais em Porto Alegre. As pessoas se ofereciam para ajudar, porque é uma comunidade que respeitas suas polícias – Civil e Militar”, acrescenta Cleusa. Judiciário e Ministério Público do Trabalho também se prontificaram a auxiliar.
A Superintendência dos Serviços Penitenciários forneceu a mão-de-obra. Com a devida autorização dos juízes, detentos do regime fechado da Penitenciária Estadual de Montenegro deram início às obras. Pouco tempo depois, apenados do semiaberto passaram a integrar o grupo de trabalho. Com um quadro de cinco detentos, foi preciso ajuda externa para dar celeridade à obra e, mais uma vez, a sociedade mostrou-se participativa. “Por exemplo, a colocação de piso foi contribuição de uma empresa, que pagou para acelerar a obra”, explica a delegada.
“O novo prédio atende a todas as necessidades da Polícia Civil e da própria comunidade. Vai resolver definitivamente a questão da estrutura material da Polícia Civil. Hoje, se eu recebesse mais funcionários, não ia ter onde colocar, lá vai ter”, destaca Cleusa. Conforme a delegada, torna-se difícil precisar o valor do investimento, já que grande parte do material foi doado. Contudo, calcula-se que a obra de reforma e ampliação do prédio tenha um custo de aproximadamente R$ 500 mil. “O Estado forneceu materiais que são utilizados para a manutenção dos prédios, como tintas, massa corrida, louças de banheiro e portas. O resto é tudo da comunidade”, sublinha a delegada.
Instalações pensadas para atender a todos
A atual sede da delegacia é um imóvel residencial adaptado de forma precária para receber a polícia. Com área de recepção e salas pequenas, servidores têm dificuldades para desempenhar suas atividades. O setor de investigações funciona em uma garagem, nos fundos, separado do restante da equipe. Mas isso está com os dias contados.
A nova estrutura conta com ampla área de recepção ao público. O projeto levou em conta atender as necessidades de usuários e servidores. São cinco salas, nas quais serão instalados cartórios, sete banheiros, refeitório e área de convivência, com churrasqueira. Um barranco nos fundos do terreno foi removido e, no local, construído um alojamento, para ser ocupado por policiais, quando houver necessidade. Os servidores irão contar com chuveiro em seus banheiros.
O prédio tem rampa de acessibilidade. As vítimas dão entrada ao local pela porta da frente, já os suspeitos são conduzidos diretamente aos fundos, sem ter que circular entre as demais pessoas. A DP conta ainda com duas celas, uma delas com sanitário. Salas para depoimento especial e para reconhecimento de suspeitos também foram criadas.
Trabalho de apenados é exemplar, afirma delegada
A delegada Cleusa Spinato lembra que a mão-de-obra é a parte mais cara das construções e que, sem o trabalho dos apenados, seria muito difícil tirar do papel o projeto da nova DP. Ela avalia de forma positiva a colaboração dos detentos e diz que o trabalho realizado no Caí deve servir de exemplo para o restante do Estado. “Isso tem de servir de modelo porque, enquanto eles estão trabalhando, estão contribuindo de alguma forma para a sociedade”, comenta.
Três presos do regime fechado e dois do semiaberto compõem o grupo de trabalho nas obras da DP. A cada três dias de serviços prestados, eles ganham remissão de um dia em suas penas. “São presos que já trabalhavam na parte da manutenção da penitenciária, eles já tinham experiência na construção antes de serem recolhidos. Fazem um trabalho de primeira qualidade, não tivemos nenhum problema com eles”, conclui a delegada.