Montenegro corre o risco de perder a Escola da Brigada Militar

ESFES foi novamente bastante atingida pela enchente

Quando da grande enchente de novembro do ano passado, o Comando Geral da Brigada Militar no Estado chegou a avaliar a continuidade dos trabalhos na Escola de Formação e Especialização de Soldados (EsFES) em Montenegro. Na época, entrou água em várias dependências, em uma altura de cerca de 10 centímetros. Graças à sua tradição, de já ter formado cerca de 26 mil alunos em quase 50 anos de existência, a EsFES foi mantida no município. Entretanto, na enchente do início deste mês de maio os danos foram ainda maiores, já que chegou a 1m40cm de altura a inundação nas salas. E agora o risco é ainda maior de Montenegro perder a tradicional escola da Brigada.

A cheia ocorreu quando a EsFES está sediando mais um curso de formação de soldados, que está praticamente no meio do período previsto. Desde novembro do ano passado, 134 alunos estão na formação em Montenegro, dos quais 73 estavam na escola quando ocorreu a enchente. Os estragos só não foram maiores graças às ações de prevenção. “Fizemos um plano de evacuação. Retiramos os alunos e pertences para o CRPO (Comando Regional de Polícia Ostensiva) e levantamos o restante das coisas, salvando muitos equipamentos. Não esperávamos uma enchente maior que a de novembro”, afirma o comandante da EsFES, major Oscar Bessi Filho. Além dos alunos, ainda estava um efetivo de cerca de 25 policiais militares no local.

Alunos conseguiram retirar seus pertences ao saírem com água pela cintura. Crédito: EsFES

Entre os estragos, danos ainda maiores nos acessos, como as calçadas, que ficaram destruídos, além de cratera na entrada. Alem disso, móveis também foram atingidos e o lodo se espalhou por várias dependências. “Mesmo com todas as precauções, a água arrastou os móveis, gerando maior prejuízo. Cerca de 300 armários foram danificados”, contabiliza o major Bessi. Obras recentes, como no piso do auditório, dois refeitórios, biblioteca, garagem para viaturas e cancha de vôlei, foram prejudicadas.

Oscar Bessi cita que a limpeza e reconstrução já iniciaram. “Vai demorar, mas vamos reerguer a escola”, frisa, ressaltando o trabalho dos próprios alunos e do efetivo. “A escola estava vivendo um ótimo momento”, lembra o comandante. Sobre as aulas, diz que não tem previsão para a retomada. Informa que os alunos estão no CRPO e também em Triunfo e São Sebastião do Caí, ajudando na reconstrução das cidades e na segurança de abrigos públicos.

Risco de sair de Montenegro
Quanto ao risco de a EsFES sair do atual local, Oscar Bessi garante que será feito todo um esforço para a escola continuar no município. “Ela faz parte da nossa cultura. Vamos apresentar um estudo sobre o impacto e custos, com a viabilidade do que entendemos que é possível continuar aqui”, declara. Entretanto, admite que exista uma incerteza quanto à permanência da escola na cidade. “Dos 134 alunos, apenas 17 aceitaram de bom grado a idéia de uma mudança para Porto Alegre, por exemplo”, completa.

Muitos móveis foram destruídos. Crédito: EsFES

Uma das alternativas para que a EsFES continue em Montenegro é a mudança para outro local do município. E o atual local poderia ser utilizado como um centro de treinamento. A presença dos alunos sempre aumenta a sensação de segurança, principalmente quando estão em estágio nas ruas, além de movimentar o comércio e o setor imobiliário. Uma nova turma de alunos estava prevista para ingressar em junho, mas o calendário agora deverá ser modificado. Além disso, a EsFES costuma ser sede de outros cursos de especialização. “Esperamos contar com o apoio de todos para permanecer e continuar fazendo parte da história de Montenegro”, conclui.

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