BOM SENSO, pedem moradores da beira do Rio Caí aos visitantes
Final de semana é sinônimo de descaso e tranquilidade. Mas não para quem mora nas imediações do Porto das Laranjeiras, no Centro de Montenegro. Os encontros na beira do Rio Caí têm tirado o sossego de muita gente. Moradores argumentam que não querem estragar a diversão de ninguém. Aos visitantes, eles só pedem respeito e bom senso.
Na rede social o desabafo de um morador: “Morar na beira do rio que sempre foi tão bom, está se tornando um problema cada vez maior. Infelizmente, as pessoas não têm a menor noção do que é ter educação e empatia”. Pessoalmente, a reclamação é a mesma. “Não se tem tranquilidade para dormir. Eles amontoam cadeiras de praia, ligam o som dos carros e só vão embora quando a Brigada começa a abordar”, diz uma mulher que mora de frente para o rio, mas que não quer se expor.
Essa senhora conta ainda que no sábado, 28, a Brigada Militar chegou cedo ao local e impediu a generalização da bagunça. Já no domingo, foi inevitável. “Tinha umas 50 pessoas aglomeradas, sem máscaras. A escadaria da Câmara estava cheia de gente, aqui na frente da minha casa também. Parece que a pandemia acabou”, diz a cidadã.
Uma moradora da rua Assis Brasil flagrou o momento em que um carro parou em frente a sua casa e duas moças desceram para fazer xixi em um bueiro. Na falta de banheiro, até paredes de residências são usadas como mictório.
Para Daiane Grasel, o que perturba mesmo é a algazarra. “Outro dia minha filha acordou assustada com o estouro em frente a casa. Eles passam a madrugada fazendo barulho”, acrescenta a moradora.
Questionada sobre o que pode ser feito para minimizar os transtornos causados, aos cidadãos que habitam aquela área da cidade, a Administração Municipal, por meio da assessoria de comunicação da Prefeitura, diz que só pode pedir a coerência das pessoas e o cuidado com o patrimônio público. O Executivo Municipal diz, ainda, que a desordem e a baderna são problemas de segurança pública, que devem ser levados à Brigada Militar, que tem o papel constitucional, inclusive, de apreender veículos e equipamentos de som, e conduzir infratores até as autoridades. A Guarda Municipal segue atuando como força auxiliar. Questionada, até o fechamento desta matéria, a Brigada Militar não se pronunciou.
Ação de limpeza buscou conscientizar
Na tarde desse domingo, 29, ocorreu uma ação de conscientização pela limpeza da beira do Rio Caí. A ação chamada “Lixo no chão eu não tolero” foi organizada pela Montepel, o grupo Remadores Montenegro e o Limitless Stand Up Paddle, além de ter o apoio da prefeitura de Montenegro. A concentração ocorreu na frente do Caça e Pesca, mas os participantes caminharam pelo Porto das Laranjeiras, entregando sacolas recicláveis e conversando com os frequentadores sobre a importância de usar os espaços públicos sem deixar um rastro de sujeira.
A atividade ocorre depois de, no final de semana passado, a região do Cais do Porto das Laranjeiras ficar com grande quantidade de lixo após um domingo em que a população lotou a área.
O gestor da empresa Montepel, João Batista Dias, o Tita, defende a importância dessa conscientização para evitar ver repetidas cenas grande sujeira no local. “O espaço público é meu, é de todos. A gente merece uma beira do rio, que é um dos lugares mais bonitos da cidade, bem cuidada, limpa. Eu tenho de cuidar porque e vou querer voltar aqui”, destaca.
Cada um fazendo sua parte
Já na noite de domingo, Enzo Reis, de 20 anos, não se conteve ao ver, novamente, os frequentadores do cais espalhando lixo na calçada, isso poucas horas após a ação de limpeza ocorrida a alguns metros dali.
O jovem e seus amigos recolheram o material espalhado no chão, e vendo que se tratava de muita coisa, Enzo carregou um container até a frente da Câmara para depositar o lixo. “Quase todos os domingo eu e os meus amigos vamos na orla do rio. Sempre juntamos nosso lixo, mas as pessoas ao nosso redor não, e acaba ficando uma imundície. Por isso, juntamos o lixo e busquei aquele container. Se todos juntarem o seu lixo e deixarem o ambiente limpo, depois é muito melhor. E assim, é menos um motivo para as autoridades da cidade proibirem o pessoal de ficar ali”, justifica o rapaz.