Golpe do WhatsApp faz vítimas em Montenegro

A nutricionista Zuraica Pires, de 41 anos, é a mais recente vítima de um golpe aplicado por bandidos que clonam contas de usuários do WhatsApp. O fato ocorreu nesse final de semana. Vários contatos da lista de Zuraica receberam mensagens pedindo dinheiro. Uma amiga dela, sem suspeitar do golpe, também se tornou vítima ao depositar R$1.500,00 em uma conta bancária.
Zuraica conta que tudo teve início quando acessou o site do Hotel Casa da Montanha, no sábado, 13. Logo depois de visitar a página, ela recebeu uma mensagem no direct do Instagram ofertando uma promoção para concorrer a três diárias de hospedagem.

A mensagem solicitava número de celular e nome. A nutricionista passou o contato de sua clínica, e foi informada que receberia, via SMS, um código numérico e que esse deveria ser informado via Direct. “Como não pedia CPF nem RG, passeio o número pra eles”, conta Zuraica.

Em posse do código, os bandidos clonaram o WhatsApp de Zuraica e começaram a emitir mensagens para os contatos da lista com a seguinte frase: “Preciso realizar um pagamento porém, não estou conseguindo, devido que meu limite diário excedeu. Você consegue fazer para mim? Amanhã sem falta te devolvo o valor”.

No domingo, 14, Zuraica foi acordada com ligações para seu celular pessoal, eram amigos que suspeitaram da mensagem. “Recebi várias ligações”, acrescenta. Ao perceber o que havia ocorrido, a vítima fez um live para informar seus amigos, além disso, enviou mensagens alertando sobre o golpe. Contudo, já era tarde. Uma amiga mais próxima caiu na armadilha.

A mulher não suspeitou do pedido e fez o depósito no valor de R$1.500,00 para uma conta em nome de Aline Santarem – provavelmente identificação falsa usada pelos autores do crime. Quando soube da farsa, a vítima procurou sua agência bancária e descobriu tratar-se de uma conta existente em Brasília. Ela procurou a Polícia Civil e registrou ocorrência.
Zuraica fez registro na Delegacia Online e contatou o WhatsApp. A empresa deu prazo de uma semana para resolver a situação. Enquanto isso, o app foi desinstalado do celular de Zuraica, pois com esse procedimento os bandidos não têm como continuar usando a conta.

Conforme o delegado André Roese, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Montenegro, outros casos como esse já chegaram ao conhecimento da Polícia na cidade, mas em geral são encaminhados para a DP das cidades onde fica a conta bancária da pessoa favorecida.

Para aplicar o golpe, além de clonar o aplicativo de Zuraica, os meliantes hackearam o site do hotel da Serra Gaúcha. A reportagem entrou em contato com o setor administrativo do hotel, mas ambas as responsáveis não se encontravam para comentar o assunto. O questionamento sobre as providências tomadas foram encaminhados por e-mail, mas até a conclusão desta matéria não houve retorno.

O golpe cresce a cada ano e utiliza-se de sites dos mais variados tipos de empresas.

Como funciona a clonagem:
Para fazer a clonagem da conta de WhatsApp o cibercriminoso cadastra o número de telefone do usuário em outro dispositivo e, após esse processo, o usuário original recebe um SMS contendo um código de liberação de acesso. Após o recebimento a vítima é induzida a fornecer esse código ao hacker e, em seguida, a sua conta de WhatsApp é bloqueada, passando a ser usada pelo criminoso.

Ataques fazem 23 novas vítimas diariamente no Brasil
Segundo levantamento realizado pela startup  brasileira PSafe, pelo menos 8,5 milhões de brasileiros já tiveram o aplicativo clonado. Isso representa cerca de 23 novas vítimas diariamente.Entre os principais danos sofridos estão o vazamento de conversas privadas como o principal prejuízo da clonagem (26,7%); envio de links com golpes para outros contatos (26,6%); solicitações de dinheiro aos amigos (18,2%), perda da conta (18,0%); e chantagem (10,5%).Apesar de não ser novo, o golpe ganhou mais força no Brasil no ano passado, chamando atenção dos usuários para a necessidade de mais cuidados e atenção no uso do aplicativo.

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