Treinamento. Agentes foram qualificados para aplicar a Lei diretamente na ação policial
O curso de Maria da Penha realizado essa semana em Montenero permitirá a efetividade de três novas Patrulhas Maria da Penha no Estado, entre elas Montenegro, Capão da Canoa e Tramandaí. A capacitação teve início na última terça-feira, 16 e teve o seu término nessa quinta-feira, 18, com a formatura de 32 soldados agentes da Brigada Militar, na Câmara de Vereadores de Montenegro.
As aulas ocorreram no Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Caí, e os agentes contaram com 30h/aula nos turnos da manhã e tarde. Os alunos receberam, neste tempo, orientações sobre policiamento comunitário, aspectos da violência, ação da Patrulha Maria da Penha e dados estatísticos sobre a violência.
De acordo com a capitã e coordenadora da Patrulha Maria da Penha no Estado, Karine Soares, para uma cidade ter a Patrulha em atividade, precisa pelo menos dois servidores qualificados nesse curso realizado em Montenegro. “Nós temos hoje o Programa RS Seguro, que visa diminuir a violência nas cidades gaúchas, a partir de agora, Tramandaí e Capão da Canoa passam a ter as Patrulhas Maria da Penha e as demais patrulhas do Estado recebem importante incremento”, diz a capitã Karine.
O Comando Regional do Vale do Caí era o único que ainda não tinha Patrulha Maria da Penha em atividade e segundo a oficial, o grupo deve começar ainda no mês de agosto, agora com os profissionais treinados. A soldado Amanda Carline participou do curso e, para ela, essa foi uma experiência maravilhosa. “O conteúdo foi ministrado em pouco tempo, mas é de auto nível, ecertamente vai colaborar para a nossa atividade profissional”, comenta Amanda.
Aleissa de Oliveira, trabalha no policiamento comunitário do 3° Batalhão de Novo Hamburgo e agora está preparada para compor a Patrulha Maria da Penha. “O curso foi de grande valia, para melhor qualificar e atender de maneira mais eficiente as mulheres”, diz Aleissa.
Uma das questões que mais chamaram a atenção da aluna foi sobre o ciclo que a mulher vive com relação aos casamentos abusivos. “É um ciclo que se estabelece através de discussões, depois agressões e por último a lua de mel, em que depois de ter feito tudo, o agressor volta e tentar convencer a vítima que não vai fazer de novo e de que mudou, e ela segue naquele ciclo que se repete por outras vezes”, fala Aleissa. Para ela, o curso ajudou a observar o quanto é importante o papel dos policiais da Patrulha Maria da Penha em mudar esse cenário, e mostrar para a mulher que aquela violência irá se repetir.
Participaram do curso 32 policiais de cidades como São Leopoldo, Porto Alegre, Esteio, Tramandaí, Capão da Canoa, Santa Maria, Guaíba, Alvorada, Santa Cruz, Venâncio Aires, Pelotas, entre outros, incluindo o Vale do Caí.
O curso foi ministrado por quatro instruturores.