Agente da DPPA vai para o principal órgão da Civil

Com ascensão meteórica. Inspetor Roberto Ziebell foi convidado para trabalhar no Deic, na capital gaúcha

Há pouco mais de dois anos, Roberto Ziebell, 32 anos, foi aprovado no concurso da Polícia Civil para trabalhar como inspetor. Vencidas todas as etapas burocráticas e passado o curso de formação com duração de quase seis meses, Roberto, que é natural de São Lourenço do Sul, foi indicado para trabalhar em Montenegro.

Seu destino seria atuar no plantão da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) Vale do Caí. Ocorre que ainda que esteja em estágio probatório (três anos no serviço público), o agente conseguiu uma transferência para o principal órgão de investigação da Civil: o Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic).

O agente trocou o Vale do Caí pela capital e agora bate o ponto na Delegacia de Roubo e Furto de Cargas (DRFC), comandada pelo delegado Gustavo Bermudes. A especializada tem a incumbência de investigar crimes deste gênero em todo o Estado, inclusive, há ações em curso de ataques registrados na região de Montenegro e de cidades vizinhas.

O policial civil conta que a oportunidade de transferência se deu em um convite informal no ano passado, em agosto, quando participou de uma operação do Deic contra os desmanches em São Sebastião do Caí. Na ocasião, o diretor de operações do Departamento, delegado Sander Cajal, fez o convite para que fosse até Porto Alegre para conhecer o órgão.

Roberto levou a sério a proposta e, no outro dia, estava na capital para conhecer o Deic e o que acabaria sendo o seu novo local de trabalho. “Eu fui lá várias vezes. Corri atrás, mostrei interesse, conversei ali e aqui e senti uma perspectiva. Tentei abraçar a oportunidade”, recorda o escrivão.

Agente já participou de algumas ações da especializada foto: PC/Divulgação

A realização do sonho foi mais rápida que o esperado
Roberto admite que a transferência para o departamento mais importante era uma pretensão pessoal e, ao mesmo tempo, um sonho, mas reconhece que não imaginava que ocorreria tão rápido. Ajudou para a transferência a formatura de 219 novos agentes recentemente, ou seja, para que Roberto conseguisse deixar o trabalho em Montenegro, era preciso que alguém o substituísse, o que ocorreu com a vinda do inspetor Viana.

“A parte operacional sempre chamou mais a minha atenção. A vontade de aprender, até porque o objetivo maior era ir para o Deic”, comenta o policial, formado em Direito pela Federal de Pelotas (UFPEL) e tecnólogo em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal Sul Riograndense. O agente admite que, apesar da pouca experiência, sempre foi muito observador e faz questão de frisar que aprendeu muito com os colegas mais antigos da Regional do Vale do Caí.

Ele afirma que procurava ver como eles trabalhavam e se voluntariava para as operações, muitas vezes saindo de um plantão de 24 horas na DPPA direto para uma operação policial. Com isso, ganhava experiência e superava com mais rapidez as dificuldades na função. “O pessoal da Regional involuntariamente ajudou para o meu crescimento. Ouvi muito os delegados Pepe (Marcos), Marcelo (Farias Pereira), Azeredo (Eduardo) e Cleusa (Spinato)”, recorda.

Para Roberto, o crescimento profissional está alicerçado justamente no seu interesse, mas também na parceria que fez com os colegas, não só delegados, como também agentes, como, por exemplo, o chefe de investigações da 1° DP, Alisson Castilhos. Ambientado com a “casa nova”, Roberto diz que o trabalho está muito legal, inclusive participou de operações na rua com a realização de prisões e recuperação de cargas roubadas.

Por outro lado, ele entrega que a “ficha” não caiu ainda, mas garante que guardará com carinho a experiência e a oportunidade de ter trabalhado na DPPA. “Quero agradecer o apoio do delegado Marcelo (Farias Pereira, titular da Regional) por ter sido solícito e me incentivado ir para o Deic)”, pontua.

Aliás, Ziebell lembra que alguns dos conhecimentos obtidos na região, como cursos de tiro de carabina e submetralhadoras, e teaser, por exemplo, serão de grande valia, já que agora terá pela frente o enfrentamento de quadrilhas fortemente armadas em atuação em todo o Estado.
“Em suma, o aprendizado foi com os colegas da Regional, os cursos que tenho foram graças à regional. O curso do COT foi algo que me ajudou a vir também. Além do convite do diretor de operações do Deic, em uma operação no Caí”, avalia o policial.

Inspetor fez curso de armas longas na Polícia Civil foto: arquivo pessoal

Policial passou em 1° lugar para etapa para o GOE
A ascensão profissional de Roberto em um curto espaço de tempo é notável. Além da transferência para o Deic, conseguiu ser aprovado em primeiro lugar para um curso intensivo de Operações Táticas (COT) para o Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil. O curso deve ser realizado no meio do ano, com duração de um mês, e habilita os agentes ao ingresso para o GOE, considerado a tropa de elite da Civil.

O funil interno a que foi submetido para o COT começou com 80 participantes. O primeiro filtro deixou 50 policiais e, após nova seleção, permaneceram só 20. Depois ficaram apenas 11. E, entre eles, Roberto teve o melhor desempenho, com provas de tiro, corrida, natação, barra e abdominal, entre outros itens avaliados.

Por enquanto, Roberto prefere nem pensar que poderá ingressar no GOE logo adiante. Diz que o plano inicial é continuar o serviço que está descobrindo na especializada que combate o crime organizado no que tange ao roubo e furto de cargas.

Há um ano morando em Porto Alegre, até os deslocamentos para o Deic, localizado na Zona Leste da capital, ficaram mais facilitados, sem a necessidade de rodar quase uma centena de quilômetros ida e volta entre Porto Alegre e Montenegro.

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