INOVAÇÃO e comprometimento humano marcam o atual momento da BM de Montenegro
No dia 18 de novembro, a Brigada Militar completa 182 anos. Dois dias antes, neste sábado, 16, o 5º Batalhão da Polícia Militar (5ºBPM) celebra seus 105 anos de serviços prestados a diversas cidades da região do Vale do Caí. O momento é marcado pelo avanço tecnológico e pela qualificação e dedicação de seus servidores. Superar desafios e encarar críticas é visto como parte integrante da atividade policial, por aqueles que estão no dia-a-dia da profissão. O bom relacionamento entre os policiais e a sociedade, de modo geral, ainda prevalece.

O tenente-coronel Rogério Pereira Martins está à frente do comando do 5º BPM desde fevereiro deste ano. Para ele, é uma honra comandar a unidade centenária. Mas, ao mesmo tempo, representa um desafio constante realizar uma gestão policial que aponte resultados satisfatórios nas áreas da prevenção e repressão criminal. A análise dos resultados observados nos últimos meses é satisfatória ao gestor. “A partir da formação dos novos soldados, conseguimos recompor nossos quadros. Com isso, elevamos nossa capacidade de atendimento dos projetos sociais, como Proerd, e apostamos em programas de policiamento como a Policia Comunitária”, detalha o tenente-coronel.
O comandante destaca ainda outras sistemáticas de trabalho da BM que estão dando frutos positivos. “Reforçamos os policiais que atuam na atividade de informações, apostando na inteligência policial e analise criminal. Além do trabalho integrado com outras instituições, como a Policia Civil, o que nos levou à redução dos indicadores criminais”
No auge de seus 105 anos, o 5ºBPM está cada vez mais conectado com a inovação e tecnologia. O uso de câmeras de monitoramento de imagens é uma realidade que vem auxiliando no trabalho dos policiais militares. Através dos olhos mecânicos, instalados em diversos pontos de Montenegro e Pareci Novo, com sala de espelhamento no 5º BPM, a PM consegue antever e evitar ações criminosas. Além disso, é possível “perseguir” visualmente o delinquente que conseguiu agir antes de ser interceptado e, assim, executar sua prisão.

Desde dezembro de 2018, a elaboração de documentos também ficou mais fácil, graças ao aplicativo BM Mob, que faz parte do Sistema de Informações Operacionais da Brigada Militar (Siop), sucessor do antigo Sistema de Registro de Ocorrências (OCR). No OCR, era possível lançar somente os registros de ocorrências e termos circunstanciados. Os policiais registravam as informações em formulários de papel, que posteriormente eram encaminhados para serem digitados no quartel. Diante da grande demanda, o tempo de lançamento no sistema, para que chegasse às Delegacias de Polícia, era de até cinco dias. O BM Mob deu mais agilidade aos serviços, além de reduzir o uso de papeis e mão de obra dos servidores, que podem dedicar seu tempo para outras finalidades.
Atualmente está em fase de teste o sistema de registro de Auto de Infração Virtual. Por meio dele, o policial militar que constata uma irregularidade administrativa de trânsito poderá usar seu smartphone ou tablet para confeccionar o auto de infração de forma virtual. O novo sistema deve entrar em uso no mês que vem.

O uso da tecnologia como ferramenta de trabalho, para o policial, é algo de grande valor, mas a relação humana ainda se sobrepõe à ajuda de qualquer meio eletrônico. Nas escolas de formação de soldados, por onde passa todo o jovem que sonha em seguir carreira na BM após aprovação em concurso público, os ensinamentos vão além de treinamento físico, uso de armas e conteúdos teóricos. Lá eles também aprendem a lidar com demais seres humanos e suas distintas características de comportamento.
“Temos uma relação muito boa com a comunidade de Montenegro”
No comando do policiamento de Montenegro desde julho deste ano, o tenente Daniel Augusto de Souza, de 39 anos, destaca a participação e a integração entre a comunidade e a BM. Através do 190, os cidadãos realizam diversas denúncias. Além disso, registra-se uma forte parceria durante eventos como corridas, desfiles e outros. “Nós temos uma relação muito boa com a comunidade de Montenegro, é incrível como a população participa do policiamento”, ressalta o tenente.
Porém, a falta de recursos humanos, muitas vezes, coloca o policial diante de uma difícil escolha: qual ocorrência atender primeiro. “Geralmente, temos mais ocorrências em andamento do que guarnições para atendê-las, e isso é um desafio. A escolha tem que ser eminentemente técnica, a gente tem que fazer um filtro daquilo que é mais importante atender no momento em que duas pessoas pedem socorro em situações distintas. Esse é o maior desafio”, comenta Augusto. “Crítica faz parte, a gente nunca vai conseguir contemplar a todas as demandas ao mesmo tempo, é sempre na medida do possível”.
Saber lidar com as dificuldades é determinante para quem quer seguir carreira. O tenente está na corporação há 18 anos. De 2014 até 2017, ele teve uma passagem pela Polícia Civil onde, após capacitar-se na Academia de Polícia, atuou como inspetor, mas acabou retornando para a BM. Sobre problemas de governo e salários, o tenente prefere não falar, pois, para ele, existem coisas mais valiosas. “Quando a gente escolhe ser policial, seja civil ou militar, a gente não ingressa nesse serviço visando só salário ou previdência, a gente já traz o gosto pela figura do policial. A gente tem aquele sentimento de poder auxiliar as pessoas e enfrentar o perigo”, diz.

“Estar na Brigada Militar é uma realização profissional”
Integrar a Brigada Militar é um desejo comum na família do soldado Felipe Luís Finkler, de 31 anos. Natural de Montenegro, ele se formou e atua na cidade há 12 anos. “Para mim, é uma honra trabalhar aqui, na cidade onde nasci. É uma realização profissional”, afirma o auxiliar da seção de comando do policiamento .
O pai do soldado Finkler atuou por anos na BM. Prestou serviços no 5º BPM e posteriormente foi para Lajeado, onde se aposentou. Atualmente a irmã dele, soldado Antoniazzi, também integra o policiamento do batalhão local. Mas a relação dele com a polícia envolve ainda um tio e o dindo. “Minha família é formada por vários militares. Sempre tive o desejo de passar no concurso e prestar serviços pra comunidade”, comenta.

Assim como o soldado Finkler, seu colega de sala, o sargento Rodrigo Alves Romani, 39, está na BM há 12 anos. Para Romani, a BM pode ser vista como uma grande família, onde existem pessoas com as quais se tem mais afinidades e outras menos. Mas a amizade, em geral, pesa mais.
Em vez de falar sobre as carências, o sargento prefere elencar aspectos que sofreram mudanças positivas nos últimos anos. “Faltam recursos humanos, mas tivemos melhoria em equipamentos, viaturas novas. Também a qualidade do fardamento melhorou, em relação a quando eu incorporei”, assinala.