Neste sábado, 28 de junho, a educação do campo foi celebrada com sabor, integração e muito orgulho da cultura rural de Montenegro. Realizado na Sociedade Evangélica de Campo do Meio, o 1º Almoço das Escolas do Campo reuniu famílias, alunos, professores, diretores e comunidade em geral em um evento promovido pela Secretaria Municipal de Educação (Smed).
A iniciativa nasceu de um encontro pedagógico no início do ano letivo, quando as escolas da área rural discutiram a criação de uma nova identidade visual para fortalecer o sentimento de pertencimento entre as unidades escolares espalhadas pelo interior do município. O almoço foi idealizado como o lançamento simbólico dessa identidade e como forma de estreitar ainda mais os laços entre as comunidades escolares.
“Além da gente apresentar essa nova identidade visual, o evento fortalece as comunidades e as escolas do campo. Escolhemos esse local com muito carinho, porque ele já sediou outros eventos das escolas rurais”, destacou Andreia Machado da Silva, coordenadora pedagógica das escolas do campo. Segundo ela, o evento reuniu representantes das 14 escolas municipais do meio rural, que atendem cerca de 1.200 estudantes.
A expectativa, conforme Andreia, é de que o evento passe a integrar o calendário escolar. “A gente pensa em continuar, sim. Só não sabemos ainda a periodicidade. Mas essa união é muito importante porque são escolas distantes umas das outras. E mesmo assim a gente tem muita troca, tanto no pedagógico quanto no administrativo”, explicou. Além do almoço, o público presente pôde aproveitar brinquedos para as crianças e apresentações das cooperativas escolares, que expuseram e comercializaram seus produtos, promovendo o empreendedorismo jovem e o trabalho coletivo.
Educação com raízes no campo
A diretora da EMEF Henrique Pedro Zimmermann, Andrea Paula da Rosa, destacou a importância da vivência rural para o processo pedagógico. “O campo é a nossa base. A gente trabalha com as vivências das famílias dos nossos alunos, valorizando a realidade deles. A agricultura é essencial para o país, e os estudantes precisam se reconhecer nesse contexto”, afirmou.
Para a diretora da EMEF Pedro João Müller, Janice Becker, o evento representa também uma oportunidade de mostrar a importância da permanência no campo. “As escolas do interior têm esse vínculo forte, essa união. É uma perspectiva de manter o homem no campo, e a escola tem esse papel fundamental de fortalecer essa ideia”, disse. A Pedro João Müller atende 11 localidades e trabalha o conceito de pertencimento e continuidade dos estudos no meio rural, inclusive incentivando alunos a seguirem para a Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha, onde podem cursar o ensino médio com formação técnica em agricultura.
Cooperativas escolares como protagonismo estudantil
O protagonismo juvenil também teve espaço de destaque no evento, com a participação das cooperativas escolares. Os alunos do 7º ano da EMEF Mafalda Padilha, de Campo do Meio, apresentaram ao público sabonetes artesanais produzidos com glicerina e corantes naturais. “A ideia surgiu do grupo todo. Pensamos em fazer velas, mas era mais difícil. Os sabonetes também dão trabalho, mas já temos mais experiência”, contou o estudante Diego Alexandre, um dos integrantes da cooperativa.
A EMEF Etelvino de Araújo Cruz, da localidade de Rua Nova, também levou sua cooperativa escolar ao evento. A escola recebeu a visita especial de Lya Seelig, ex-secretária municipal de Educação e uma das responsáveis pela fundação da Etelvino e de outras escolas do interior. Lya relembrou com carinho sua participação na criação dos Conselhos de Pais e Mestres (CPMs) e se emocionou ao ver o crescimento e fortalecimento das instituições ao longo dos anos.







