Escola espera há mais de um ano conserto da rede elétrica pelo Estado
A partir da próxima segunda-fera, 8, passa a valer a obrigatoriedade do retorno às aulas presenciais em todas as escolas de educação básica do Rio Grande do Sul – educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. A decisão foi tomada pelo Gabinete de Crise do governo estadual na última semana.
Enquanto a maior parte das escolas de Montenegro se prepara para receberem os alunos, a situação é diferente no Colégio Estadual Dr. Paulo Ribeiro Campos, o Polivalente. Isso porque após cinco furtos seguidos de cabos de energia, a instituição está sem luz, o que impede o retorno presencial. Em entrevista ao programa Estúdio Ibiá, na rádio Ibiá Web, o diretor da escola, Luis Carlos Hummes, relatou a situação vivenciada pelo colégio há mais de um ano, e que ainda não tem prazo para ser solucionada. “Não temos como recomeçar. Sem luz, não tem como. A gente tem o ensino noturno, inclusive o ensino técnico é à noite, então nós não temos como retornar e contar com a luz do dia ou a luz natural”, destacou o diretor.
Sem uma resposta concreta por parte do Estado, a escola busca agora ajuda do Município. “Nós estamos buscando parcerias agora aqui no Município também, porque a gente está vendo que a questão do retorno por parte do governo do Estado está muito devagar”, afirma Hummes. O diretor disse que teve uma breve conversa com o prefeito Gustavo Zanatta, que se comprometeu em auxiliar na busca por uma solução. No entanto, uma possível ajuda do Município esbarra em questões legais, por conta de a instituição ser uma escola da rede estadual. “A gente sabe que tem um entrave legal, de até que ponto o Município pode ajudar uma escola estadual, mas vamos marcar uma reunião com o prefeito para discutir mais o assunto”, declarou o diretor.
Questionada sobre a situação do Colégio Estadual Dr. Paulo Ribeiro Campos, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) não enviou uma resposta até o fechamento dessa matéria. Enquanto a solução por parte do governo do Estado não vem, a escola tenta se mobilizar para garantir o retorno presencial para o próximo ano letivo. Além de buscar ajuda junto ao Município, o diretor relata que a instituição está aberta para parcerias com empresas que queiram auxiliar. Também está sendo estudada a possibilidade da realização de uma vakinha virtual para o conserto da rede elétrica. “Estamos na luta, buscado ajuda de todos os lados, para que em 2022 a gente consiga retornar com as aulas presenciais… Nós todos somos contribuintes, então não seria um favor o Estado colocar luz na escola, é uma obrigação”, declara Hummes.
Programa Avançar na Educação não prevê recursos para obras em escolas
Lançado pelo governo do Estado em outubro, o projeto Avançar na Educação prevê um plano de investimentos de R$ 1,2 bilhão na educação estadual até 2022. Mas o diretor da escola Polivalente, Luis Carlos Hummes, questiona o fato de o programa não destinar recursos para obras de recuperação das escolas estaduais. “A questão da infraestrutura das escolas tem sido muito pouco falado, tem escolas com o telhado caído, com rachaduras e sem luz, como a nossa”, desclara.
Dos mais de 1 bilhão destinados pelo Estado ao programa, 243 milhões são destinados para investimento em obras e tecnologia. Desse montante, 128 milhões são para instalação de laboratórios móveis em todas as escolas da rede estadual; 12, 5 milhões são para realização de PPCIs em 500 instituições; 30 milhões vão para adequação predial e tecnológica da Seduc e CREs, além de 72,5 milhões para implementação de 56 escolas padrão. Há a previsão de destinação de verbas para que as próprias escolas fiquem responsáveis pela realização das melhorias, mas até o momento o Estado não in formou quando e nem como isso vai ser operacionalizado.