Permanência da Uergs não depende de boa vontade

De acordo com diretor André Wagner, a Fundarte lutará para que a universidade permaneça em Montenegro

“Acredito que deve haver certo cuidado quando falam que os custos para a permanência da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) aqui são muito caros. Acho a informação, inclusive, meio precipitada e equivocada. Nós estamos fazendo um trabalho conjunto entre a Uergs, seus advogados e o pessoal do financeiro para deixar cada vez mais claro quais são os custos envolvidos”, diz o Diretor Executivo da Fundarte André Wagner.

O posicionamento do gestor é em contraponto à matéria vinculada pelo Ibiá, na terça-feira, sobre os valores cobrados pela instituição para a permanência da Uergs em suas instalações. O valor mensal pago pela universidade para utilizar o espaço é de R$ 47.893,93. Segundo o diretor, algumas questões devem ser levadas em conta nessa soma, como toda a estrutura e materiais disponibilizados.

“Em um prédio vazio os cursos não funcionam. São necessários instrumentos adequados. E funcionando precisa de porteiro, limpeza, recepção, bar e bibliotecária. Esses serviços, apesar de não estarem especificados no termo de sessão de uso, incorporam também, porque é um prédio aberto, à disposição, com todos esses serviços”.

A preocupação apontada por Wagner é principalmente esclarecer que a permanência da universidade em Montenegro não é dependente somente de uma boa vontade da Fundarte, sendo que há questões muito mais complexas envolvidas. “Essa boa vontade vêm se materializando, com a redução de custos, com sentar-se à mesa para dialogar e estar disponível. Nós somos cientes da importância, para Montenegro, desses quatros cursos oferecidos pela instituição. Até mesmo para a própria Fundarte. Porém, como gestores não podemos comprometer a instituição em função de uma parceria existente”, afirma.

O diretor também afirma estar surpreso, pois em nenhum momento foi contatado pelos alunos da Uergs, que conta com cerca de 400 estudantes.

Nova reunião será marcada entre a Uergs e a prefeitura
Na última terça-feira, dia 13, ocorreu, no gabinete do vice-prefeito de Montenegro Carlos Eduardo Müller (Kadu), uma conversa com os representantes estudantis da Uergs Ezequiel Souza, ex-presidente do Diretório Acadêmico Regional e Larissa Canelhas, presidenta do Diretório Acadêmico Regional.

Na reunião, destinada à situação da permanência da universidade em Montenegro, Kadu explica que ainda precisa conversar com o prefeito para que possam ser articuladas soluções. Uma nova reunião será marcada na semana que vem.

Redução de valores
No fim de 2015 a Fundarte foi procurada pela Uergs para um reajuste nos valores de aluguel. “O governo do Estado estava passando por dificuldades, consequentemente a universidade também, e o pedido foi por uma readequação de detalhes e redução do valor”, destaca.

A diminuição, segundo ele, foi de 30%. “Passou de R$58 para R$45 mil. Claro que isso teve um grande impacto para a Fundarte. Até hoje estamos fazendo adequações porque era um recurso que a instituição contava e agora não pode mais. Em torno de R$160mil por ano que deixou de ser recebido, o que é um valor bem expressivo”, enfatiza.

Contabilizado hoje, com todas as correções, André afirma que o valor totalizaria R$73.011,45. Em números, R$ 25 mil reais a menos é recebido mensalmente, segundo o cálculo.

“Enquanto a Uergs necessitar ficar no prédio da Fundarte, vamos fazer de tudo para que ela fique. A Fundarte foi a primeira a lutar pela inserção da universidade em Montenegro e será a primeira a lutar pela permanência. Não é o prédio que nos faz parceiros, mas o trabalho desenvolvido conjuntamente pelas instituições”, conclui.

O Número
O valor mensal pago pela Uergs para utilizar o espaço da Fundarte é
R$ 47.893,93

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