FALTA de servidores também é tida como problema que reflete na proteção dos alunos
Mais uma vez a segurança nas escolas esteve em Pauta no programa Estúdio Ibiá. Na oportunidade, a professora Elisabete Pereira, diretora do 5º núcleo do CEPERS Sindicato, que abrange Montenegro e outros cinco municípios do Vale do Caí, opinou sobre as orientações repassadas pelo Governo do Estado, no intuito de gerar proteção nas escolas da rede pública estadual de ensino. Elisabete avalia que para promover proteção aos alunos é preciso ir além de colocar policiais em frente aos educandários.
As secretarias da Educação e de Segurança Pública e o Ministério Público do Rio Grande do Sul estão atuando no reforço da segurança no ambiente escolar por meio das forças de inteligência. Mensagens com conteúdos de ameaça ou fake news devem ser repassadas para as autoridades competentes, para que procedam com as investigações.
Essa é orientação vem sendo dada aos educadores no intuito de evitar que burburinhos enganosos criem pânico no ambiente escolar. Conforme Elisabete, a orientação tem sido repassada dentro e fora das escolas, para familiares e amigos dos alunos. “Precisamos que a comunidade nos ajude. Fiquem de olho em seus filhos e no que estão acessando na internet”, pede a educadora.
O Estado também anunciou, nesta quarta-feira, 19, que mais 1,7 mil policiais militares estão nas ruas reforçando a patrulha escolar, com presença próxima das instituições e acompanhando o movimento da comunidade nos arredores. Elisabete considera a medida importante, mas acredita que só a presença policial esporádica não seja suficiente para garantir a proteção nas escolas. “Não há efetivo policial para permanecer o tempo todo em frente às escolas. Esses fatos alertam para a urgência de ação efetiva. Não adianta só colocar segurança em frente à escola, temos que ter educadores preparados para trabalhar com esse tipo de situação, com questões de Bullying de racismo”, justifica.
Relação entre déficit de servidores e segurança na escola
Para Elisabete Pereira, a segurança nas escolas também está relacionada aos profissionais que nelas trabalham. Elisabete diz que os protocolos internos para garantir a tranquilidade no ambiente escolar são seguidos pelas direções. Quando um aluno apresenta comportamento inadequado, os pais são chamados para juntos administrarem a situação. Contudo, a carência no quadro de servidores impede que a segurança interna ocorra de forma mais integral.
“Quase todas as escolas têm déficit no quadro de servidores. Falta merendeira, monitor, professor… quando não tem professor, os alunos ficam soltos nos pátios ou são liberados mais cedo. Muitas escolas não têm monitor ou alguém que fique no portão acompanhando a entrada e a saída dos estudantes”, relata a diretora do 5º núcleo.
Segundo Elisabete, existe a previsão que aprovados no concurso público realizado em 2021, voltado à área da educação, sejam chamados pelo Estado. Além disso, é cogitada possibilidade da abertura de novo concurso no segundo semestre deste ano. Porém, a estimativa de contratações para cada coordenadoria regional ainda é de apenas cinco servidores.
Enquanto novas contratações não são feitas, as escolas recebem funcionários de empresas terceirizadas, o que para Elisabete não soluciona o déficit de servidores. Ela explica que, em geral, essas pessoas trabalham por um curto período e acabam deixando as escolas. Essa rotatividade impede a realização de ações contínuas.