Após três dias de adiamento judicial, na quinta-feira, dia 13, a Rede Estadual de Ensino abriu o Ano Letivo. Um retorno com os típicos abraços de reencontro e a algazarra no pátio, e docentes e servidores recepcionando os alunos de forma fraternal e estimulante. Muito além de pôr as novidades em dia, nos corredores, os temas predominantes era a proibição do celular, o ar-condicionado e falta de professores.
Na Escola Estadual de Ensino Fundamental (E.E.E.F.) Cel. Álvaro de Moraes (1º ao 9º Ano) a diretora, Valéria Rodrigues Graça, elogiou os R$ 100 mil enviados pelo Governo através do Agiliza Educação (R$ 80 mil para manutenção e R$ 20 mil patrimônio). O valor depositado em 27 de dezembro permitiu, por exemplo, equipar todas as salas com projetores multimídia; além de obras, como a transformação do laboratório de informática na sala do 8º Ano, e com dois condicionadores de ar; o que, inclusive, é realidade em todas suas turmas.
Todavia, o educandário no bairro Ferroviário inicia o Ano sem quatro professores e sem serventes de higienização. Essa situação levou ao anúncio de que as aulas não começariam no Álvaro, revertido com a promessa da 2ª CRE de suprir as carências. Mas neste dia 13, apenas a merendeira foi nomeada. “Vimos que não tinha como começar na segunda-feira, então tomamos aquela decisão extremada de colocar nas redes sociais pra ver se alguém olhava por nós”, declarou a diretora. Ela revela a ordem da Secretaria do Estado, de a equipe diretiva entrar em sala para suprir o déficit de professores de Currículo, Ciências, Educação Física e Artes.
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Dia agradável para recepcionar alunos
O portão da E.E.E.F. Yara Ferras Gaia foi aberto logo após as 7 horas, e já havia estudantes esperando. As 7h30min a sineta tocou, com as famílias dos alunos de 1º ao 5º Ano recepcionados no pátio. A vice-diretora da tarde, Cláudia Moretti, ressalta que as salas têm ar-condicionado; todavia, avalia que o adiamento foi benéfico. Além dos gaúchos terem vivido dois dias em que os aparelhos não deram conta de um resfriamento adequado, havia o deslocamento casa/ escola.
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Este foi um fato considerado pela mãe Vitória Barbosa, que levou Sophia Barbosa Nunes, 8 anos, para iniciar o 3º Ano. “Agora o tempo deu uma amenizada e está mais tranquilo para as crianças”, comentou. Para a menina o importante era voltar para ver os amigos. “Estou ansiosa para ver a sala, conhecer os colegas e com vai ser minha professora”, disse Sophia.
Proibição de celulares será desafio
Na Escola Estadual Técnica São João Batista, a proibição do uso de celulares em sala de aula está estampada em cartazes. A nova legislação, publicada em 13 de janeiro, vale para todas as escolas públicas e privadas do país, com objetivo de melhorar a concentração dos estudantes e a qualidade do ensino. A diretora, Juliana Cabreira Bender, sabe que a adaptação será um desafio, mas ressalta a importância da medida para o ambiente escolar.
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“Durante a pandemia, o celular foi um grande aliado na Educação, e sabemos que ele ainda tem seu valor como ferramenta pedagógica”, declara. No entanto, ressalta a percepção em relação ao uso excessivo do aparelho em detrimento ao aprendizado. “Agora, com essa nova lei, queremos reforçar a importância de estar presente no momento da aula, sem distrações”, define.
Juliana também comentou sobre a recepção da medida pelos estudantes. “É claro que muitos alunos sentirão essa mudança no início, mas queremos que eles entendam que a escola é um espaço de aprendizado e que essa regra vem para ajudar no desenvolvimento deles”. No São João Batista, o celular será permitido apenas quando houver necessidade pedagógica e sob orientação dos professores; além dos intervalos e horários livres.
Recuperação e esperança na José Garibaldi
Durante a manhã, as portas da Escola Estadual de Ensino Fundamental José Garibaldi, em Porto Garibaldi, se abriram para o retorno das aulas, marcando a superação após um ano de desafios. A unidade de ensino foi uma das mais afetadas pelas enchentes de 2024, conseguiu se recuperar graças à colaboração da comunidade e iniciativa privada, com ação do Governo.
A diretora, Amanda da Souza da Silva Torteli, explicou que a escola já estava preparada para receber os alunos na segunda-feira. “Foi um dia de muita alegria! As crianças estavam ansiosas e, felizmente, a volta foi tranquila”, disse.
Com ar-condicionado em todas as salas e ambientes de convivência, como o refeitório, a E.E.E.F José Garibaldi oferece conforto aos 72 alunos. A estrutura está 100% recuperada após as dificuldades do ano passado, tendo sido a primeira vez em 80 anos que prédio foi inundado. “Foi um período muito delicado para todos nós. A pressa em retomar as atividades escolares foi grande, pois sabíamos o quanto os alunos precisavam desse retorno. A escola é um ponto de apoio fundamental para essa comunidade”, relatou a diretora.
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Pensamento é positivo e grandioso
O impacto das enchentes foi sentido não só pela escola, mas por toda a comunidade interiorana de Porto Garibaldi, onde muitas famílias tiveram o lar severamente danificado. Pedro Henrique de Carvalho, de 10 anos, aluno do 5º Ano, compartilhou sua experiência de ter a casa atingida pelo Rio Caí. “Foi difícil, mas agora está tudo bem em casa”, comentou, enquanto expressava a esperança de aprender e de ter um ano cheio de saúde e felicidade.
Com a estrutura restabelecida, a expectativa para este Ano Letivo é bastante positiva. A diretora Amanda destacou que, após o ano desafiador, tanto os professores quanto os alunos estão ansiosos para abraçar novos projetos e fortalecer ainda mais as parcerias com a comunidade. “A nossa meta é proporcionar um ensino de qualidade, com novos conhecimentos e experiências que agreguem ao desenvolvimento dos nossos alunos”, conclui.
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