Empresas se preparam para época, mas lembre: a troca não é direito do consumidor
Em todo fim de ano, é de praxe que confraternizações aconteçam e que, com elas, venham os presentes. E é fato: mesmo com toda a boa intenção de quem for presentear, às vezes o presenteado pode não gostar do modelo, tamanho, estilo ou até da cor do mimo. Isso não necessariamente deve ser um problema.
Não importa o motivo, a verdade é que depois do Natal e do Ano Novo, a troca de presentes é muito comum e movimenta o comércio da cidade. Mas é importante ter uma questão em mente: o que muitos não sabem é que as trocas, apesar de comuns, não são obrigatoriedade entre as lojas quando o produto é comprado presencialmente. É preciso cuidar antes de comprar!
“Troca de presente só funciona quando a loja tem essa política. Se a loja deixa claro pro cliente que ela tem tantos dias para trocar, então, há troca. Fora isso, não há na legislação de troca”, explica Patrick Zaboski Pinho, secretário executivo do Comdecon de Montenegro. “A não ser por defeito, má assistência, essas coisas assim. Presente pode não haver opção de troca.”
A frente da entidade que cuida dos direitos do consumidor local, Zaboski ressalta outro ponto relevante para quem foi às compras no fim de ano: a desistência. “Opção de desistência da compra somente é aceitável para compra feita por telefone ou internet. Então, quando não é realizada a compra na loja, tu tem opção de desistência”, pontua. “O consumidor tem que se certificar que a loja aceita trocas. Às vezes, algumas lojas dão cupom de troca já, em caso de presente. Então, sempre é bom perguntar para não ter esse problema depois, porque não é uma obrigação da loja. Mas se ela se compromete a trocar, deve trocar. Já o prazo, a loja mesmo quem define”, finaliza o especialista.
A hora da troca acaba impulsionando novas vendas
Emanuelli Ceresa, consultora de vendas da loja O Boticário, explica que a loja de cosméticos dá o direito da troca ao consumidor que ganhou o presente. No estabelecimento, o cliente tem até 30 dias para a troca, desde que apresente nota fiscal ou ainda um selo oferecido pela própria loja na hora da compra. “Este selo vai colado em nossos produtos já, então precisamos que tragam um desses dois documentos, ou a nota, ou o selo”, pontua Emanuelli.
A consultora ainda conta que, durante o mês de janeiro, as trocas são muito solicitadas e que, na maioria das vezes, a loja acaba tendo um lucro a mais com isso. “Acontece bastante de a pessoa vir para trocar o presente e acabar fazendo uma compra a mais”, destaca. A loja O Boticário terá expediente nos dias 24 e 31 de dezembro, das 9h às 18h30min, sem fechar ao meio dia.
Jessica Bergmann, proprietária da loja Âmbar Boutique, conta que as trocas também são disponibilizadas, mas em método diferente. O prazo do estabelecimento é até o final da coleção, o que vale para o ano todo. “No caso do Natal, o presente pode ser trocado até o final de fevereiro, que é quando encerramos a venda da coleção de Verão, sem nenhum problema”, pontua.
Ela avalia que, no geral, o fluxo de trocas não é intenso, o que também vale para a época de fim de ano. Mas diz que, ainda assim, as trocas ocorrem muito mais em dezembro do que em janeiro. “São trocas bem pontuais, quando o tamanho não serve, por exemplo. Em janeiro, o movimento acaba caindo bastante por conta do período de férias. As trocas ocorrem mais na semana entre o Natal e o Ano Novo. Todo mundo quer levar roupa nova junto na mala quando sai de férias”, coloca.
Na Âmbar, as trocas também acabam beneficiando o cliente e a loja. Ir até o estabelecimento trocar uma peça e ficar com mais alguns itens é comum. “Muitas vezes, isso acontece. A troca se torna boa para os dois lados. Bem por isso que facilitamos a troca estendendo o prazo, quando na maioria dos estabelecimentos o prazo é apenas de 30 dias”, afirma a proprietária.
A loja também terá expediente no dia 24 e 31, das 9h às 17h. Ainda, além disso, no dia 25, Natal: das 9h às 18h30min.
UM 2020 ATÍPICO
No contexto da pandemia, Jéssica Bergmann avalia que o comércio deveria ter mais tempo para se manter aberto. “Dessa forma, o fluxo que aumenta muito nessa época se distribui ao longo do dia, o que facilita o atendimento e evita aglomerações dispondo de mais tempo para atender todo mundo”, opina.
A empresária relembra que o ano foi de muitos desafios, principalmente para o comércio; e agradece a comunidade pelo auxílio até aqui. “Aproveitem este período para festejar com a família e se der, prestigiem o comércio local, as lojas, os restaurantes da cidade, os prestadores de serviço. Nossa atividade não seria possível sem a comunidade”, ressalta.