Em uma manhã agradável de confraternização e conhecimento, o evento “Ibef Mulher – Elas Lideram. Elas Inspiram”, entregou histórias vitoriosas a cerca de 70 associadas ao Núcleo de Mulheres Empreendedoras da ACI Montenegro/ Pareci Novo (Associação Comercial, Industrial e de Serviços) e convidadas, no Porto Eventos, nesta quinta-feira, dia 12. A parceria com o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-RS), trouxe Luana Fleck, diretora-presidente da Transportadora Ouro e Prata; Leonita dos Santos Boufet, diretora administrativa financeira da Docile Alimentos; Ângela e Bárbara Veit, diretoras da Maxiforja Componentes Automotivos.
No workshopp com mediação da consultora empresarial Cristiane Gehrke, revelaram atitudes de liderança que as colocaram em cargos que antes tinha predominância masculina. Inclusive o presidente executivo do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), Eduardo Estima, salientou o crescimento natural das lideranças empresariais femininas, afirmando que “não há mais caixinhas separadas” para homens e mulheres.

Abrindo o bate-papo, Luana (foto ao lado) contou como foi sua entrada nos negócios da família durante o período de expansão nacional da Ouro e Prata, recordando que desde criança andava, ao lado do pai, entre os ônibus. Quando então teve sua primeira função, foi em uma época que não havia acompanhamento aos estagiários, restando lhe aprender na prática.
Em um setor limitado a 20% de presença feminina, precisou lidar ainda com o dilema de ser filha e colega de trabalho, mediando os dois ambientes e relações. “A sucessão também é um processo. Não é de um dia para o outro”. Luana concluiu que uma empresa familiar acaba sendo um elemento que os funcionários valorizam.
Conhecimento como prerrogativa

No setor das autopeças para veículos e equipamentos pesados, as herdeiras Barbara e Ângela também iniciaram cedo, assumindo hoje papel administrativo e jurídico, respectivamente, em diretoria que dividem apenas com o pai e o irmão. Barbara salienta (ao lado), no entanto, nunca ter sido colocada em destaque. “Meu pai disse tu vai ser um funcionário como outro qualquer”.
O conselho que Barbara Veit deixou as empreendedoras do Vale do Caí foi buscar sabedoria através de visitas técnicas, especialmente em ramos opostos ao que atuam. Sua irmã Ângela, formada em Direito, teve antes outros empregos antes de assumir o papel de sucessora, o que serviu para agregar expertise, inclusive sobre “o que não fazer”. “Depois que tu entra na empresa da família é difícil sair”, declarou.

Já Leonita trouxe outra perspectiva, sendo hoje a única executiva da Docile a não pertencer à família fundadora, tendo sido captada no mercado pelo desempenho em outra empresa. Uma trajetória que pavimentou com postura de persistência, lógica e iniciativa, mas usando o conhecimento como matéria-prima. Ela recordou da infância pobre em área rural, e que aos 15 anos se convenceu que precisava estudar, ao invés de casar cedo, e precisaria conciliar essa jornada com trabalho.

“Eu sou uma ex-empregada doméstica, e com carteira assinada”, declarou. A trajetória, assinalou, sempre foi percorrida em universos masculinos, vencida pela capacitação. “Sou uma grande empreendedora! Empreendedora do conhecimento”, disse. Por fim, revelou sua certeza constante de que “precisava dar certo”, pela família, mas também pelas outras mulheres.