Resumimos tudo o que você precisa saber sobre o popular produto
Quem assiste TV com frequência deve ter passado pela recente campanha publicitária do Banco Santander. Ela oferece Títulos de Capitalização com o slogan “Você milionário ou seu dinheiro de volta”. Mas o material veiculado já está sendo até questionado no Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária, o Conar. É que existe uma regra que diz que as financeiras não podem vender esses Títulos como “investimentos”. Isso porque, embora pareça um, o produto comercializado não é exatamente isso. O Santander não se pronunciou sobre a questão.
Na definição da Federação Nacional de Capitalização, o Título de Capitalização é uma “ferramenta de educação financeira”, pois “ensina” a pessoa a poupar. Para muitos especialistas, ele já é visto quase como um jogo, até comparado às apostas na Loteria.
É um produto no qual a pessoa aplica determinado valor, com pagamentos mensais ou em parcela única, contratando um título. Regulado pela Superintendência de Seguros Privados, o Título de Capitalização permite que o cliente guarde dinheiro e participe de sorteios de prêmios. Na Caixa, por exemplo – quem comercializa os produtos, na maioria, são os grandes bancos – há a oferta de mais de 67 mil prêmios, que são pagos em dinheiro aos vencedores. Ao final do prazo contratado, o valor aplicado ainda volta para a pessoa com algum rendimento.
Da aplicação ao retorno, há pouca ou nenhuma diferença
Quem tem a sorte de ter seu Título de Capitalização sorteado sai ganhando com o produto. Ao final do período contratado, receberá seu valor de volta e ainda embolsa o prêmio.
Mas ganhar não é, assim, tão fácil. Aí depender só do “rendimento” do Título não é muito inteligente. Em alguns casos, há até perda de dinheiro. Mesmo a boa e velha Poupança, hoje, tem rendido mais do que muitos deles.
É que nos Títulos mais comuns, o rendimento pago no valor aplicado é a Taxa Referencial. Só que, com a Taxa Selic estando como está, essa Taxa está praticamente zerada. Não há rendimento algum.
E mesmo quando há a oferta de rendimento com taxa de juros, definida no ato da compra, o acréscimo não é considerado sob todo o valor aplicado. Primeiro é descontado um percentual de “cota de sorteio”, depois um de “taxa administrativa” para o banco e, só então, sobra a “cota de capitalização” que irá render. Dependendo do prazo contratado, é comum que o rendimento fique até abaixo da inflação do período. A pessoa acaba perdendo poder de compra e, na prática, até perdendo dinheiro com a aplicação.
Atenção também ao prazo antes de contratar o produto
Os Títulos de Capitalização têm um prazo de vencimento definido, a partir de doze meses. O cliente, então, só pode receber o dinheiro aplicado de volta depois que essa data chegar. Se precisar sacar antes, a financeira tem poder para reter parte ou até a totalidade do dinheiro, conforme um percentual de retenção, que vai diminuindo gradualmente conforme a data final vai se aproximando.
Existem quatro categorias de contrato:
- Tradicional: A maioria dos compradores que escolhem este grupo tem o objetivo de permanecer com o valor guardado até o final do período, ou seja, não recorrem ao resgate antes da data de vencimento.
- Popular: Para este grupo, o objetivo é a participação de sorteios para concorrer a prêmios atrativos, mesmo que não haja a devolução integral do valor aplicado. É realizado pelo menos um sorteio para cada semestre de validade do Título.
- Compra Programada: Quando se adquire um Título deste grupo, é preenchida uma ficha de cadastro. Nesta ficha, será possível identificar o que se deseja receber quando o prazo de vigência for finalizado: a quantia guardada ou um serviço específico. Os sorteados durante o prazo de pagamento receberão o valor total do Título além do saldo que já foi aplicado.
- Incentivo: O Título de Capitalização deste grupo possui vínculo a um evento promocional de incentivo, estabelecido pelas agências bancárias. É bastante utilizado por algumas empresas, e funciona como uma motivação para manter em dia o pagamento e continuar a participar dos sorteios.