Expoagas movimenta quase meio bilhão de reais

Economia. Empresas do Vale do Caí visitaram e expuseram na segunda maior feira supermercadista do país

Assim como você circula pelos corredores do supermercado fazendo suas compras e procurando novidades, o público ligado à cadeia varejista andou por entre estandes do Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre, em busca de negócios e novidades, entre terça-feira e ontem. A 36ª edição da Convenção Gaúcha de Supermercados (Expoagas), que reuniu 347 empresas expositoras de vários estados brasileiros — havia até um estande de produtos da Argentina, com vinhos, azeites e afins —, movimentou R$ 482 milhões, disse ontem em entrevista coletiva o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.

Esse número ficou abaixo da expectativa, que era R$ 497 milhões, mas acima da edição do ano passado, com R$ 461 milhões.
De acordo com ele, o índice de visitantes na feira de negócios cresceu 9% e chegou a 48 mil acessos nos três dias, bem acima dos 44 mil que eram esperados. “É um dado que acompanha o crescimento das vendas do setor no ano, mostrando que a feira é realmente um espelho das movimentações do mercado”, interpreta Longo.

Uma caminhada pelos corredores mostra que os estandes normalmente reproduzem o tamanho das suas empresas. Cooperativas como a Piá, a Aurora e a Santa Clara se abancam em espaços enormes, superproduzidos, finamente decorados, cheios de comes e bebes, além de brindes. Outros segmentos, como o de bebidas alcoólicas, investem até em belíssimas assistentes a fim de chamar a atenção em meio a tantas marcas e produtos. Mas pequenas empresas também tiveram vez, pois havia espaços a partir de 4 m² para locação. O que se via era uma imensa variedade de itens. Velho Barreiro, Havaianas, fósforos e palitos de dente Gaboardi: havia de tudo um pouco. “Tem até ração de cachorros”, comentou um casal que passava.

Nesta edição foi possível perceber que a linha de alimentação natural segue em crescimento. Pipocam produtos sem lactose e glúten. Aumentam as opções de alimentos ricos em proteína, mais voltados à turma da maromba. Já os adeptos do “alterocopismo” terão, por exemplo, novidades como a vodka saborizada Ninnoff, que chega com oito alternativas de drinks prontos para beber e é assinada pela Chiamulera, de Lajeado. Dessa mesma cidade é a Fruki, que lançou a linha de sucos 100% naturais COM/TEM, em breve nas gôndolas.

“A feira mostrou tendências que estão em evidência no mercado, como a preocupação dos consumidores com sua saúde e bem-estar e uma alimentação mais saudável”, diagnostica o presidente Antônio Cesa Longo.

Negócios, qualificação e contatos
A Expoagas funciona também como espécie de ponto de encontro presencial — algo cada vez mais difícil devido à correria no dia a dia. É o que afirma Cristina Metz, diretora das Frutas Metz, de Harmonia, que há seis anos participa como expositora. “Viemos divulgar nossos produtos e, claro, nos encontrarmos com clientes de outras regiões do Estado”, afirma a empresária, que vende a eles muita bergamota produzida em Pareci Novo e Harmonia, além de laranjas cultivadas não apenas no Vale do Caí, mas também em outras regiões do país.

Neimar Gossler, diretor da Donato Melancias, diz que a espécie sem sementes será plantada em Triunfo

No estande vizinho ao das Frutas Metz estava o caiense Neimar Gossler, diretor da Donato Melancias, com sede na Ceasa, em Porto Alegre. Distribuidor da terceira fruta mais preferida pelos brasileiros, ele apresentou como novidade a melancia sem sementes, que está nas gôndolas o ano inteiro, já que é produzida “em todo o Brasil”. “Daqui a alguns dias serão trazidas mudas de fora para plantio dessa espécie em lavouras de Triunfo, Charqueadas, São Jerônimo e Encruzilhada do Sul. As primeiras colheitas estão previstas para dezembro”, anuncia Gossler, que participou pela primeira vez como expositor da Agas.

Sabrina Hartmann, da Hart’s, afirma que feira é importante para entender o momento atual do setor. foto: Arquivo Pessoal

O Vale do Caí também esteve representado em estandes de grande porte por meio da Naturovos, de Salvador do Sul, e da Conservas Oderich, de São Sebastião do Caí — mesma cidade das Vassouras Odin, outra expositora. Pertinho dali estava a Hart’s Natural, de Pareci Novo, que produz algumas das barrinhas mais saudáveis do Brasil. “Participar de feiras como a Agas é sempre uma experiência de grande importância e alegria para a Hart’s. É um momento de troca de ideias e de ter um melhor entendimento do que acontece no mercado local, nacional e internacional. Também é uma oportunidade ímpar para conversar com nossos clientes e fazer novos contatos”, enfatiza a diretora Sabrina Hartmann.

Casa dos Cereais: Paulo Bilhar, Roberto Muraro, Sérgio Roppel e Fabiano Bilhar

A Casa dos Cereais,de Montenegro, vai ao evento supermercadista há anos para ampliar contatos, encontrar clientes, falar com fornecedores e “sentir” o mercado. “Cerca de 30% dos supermercadistas que visitam a Agas são nossos clientes. É fundamental ter um bom relacionamento”, salienta Paulo Bilhar, que nesta edição do evento sondou a possibilidade de tornar-se distribuidor exclusivo no RS de frutas secas procedentes do Chile.

Otimista com relação ao futuro, ele e o irmão Fabiano apresentavam o novo sócio da Casa dos Cereais, Sérgio Roppel — um simpático argentino vindo do norte da Patagônia. “Ainda estamos trabalhando em um plano de negócios de médio prazo, mas investiremos sim em equipamentos, novos produtos e instalações. Isso será o alicerce para o nosso futuro”, comenta Roppel, que achou a Agas um evento de muitas oportunidades de negócio.

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