Cresce abismo entre salário de homens e mulheres

3º Relatório de Transparência Social pesquisou 3.196 empresas do RS

O mais recente Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelo Governo Federal, destaca um aumento na desigualdade salarial entre homens e mulheres no Rio Grande do Sul. Desde setembro de 2024, a diferença salarial entre os gêneros cresceu 0,48%, passando de 20,83% para 21,31%.

Atualmente, a média salarial das mulheres no estado é de R$ 3.803,66, enquanto os homens recebem R$ 4.833,69. A desigualdade em todo o Brasil também continua significativa, com uma diferença média de 20,87%, mostrando um aumento de 0,18% desde o último relatório.

Desigualdade Racial

A questão racial permanece crítica, com mulheres negras ganhando, em média, R$ 2.864,39, enquanto mulheres não negras recebem R$ 4.661,06, uma diferença de 38%. No Rio Grande do Sul, a diferença é de 31,4%, com mulheres negras recebendo R$ 2.775,33 em comparação aos R$ 4.047,10 das mulheres não negras.

Apesar das disparidades, o relatório mostra avanços na participação feminina no mercado de trabalho. A presença de mulheres negras aumentou 18,2%, totalizando 3,8 milhões de trabalhadoras.

Além disso, houve uma redução nos estabelecimentos onde a presença de mulheres negras é inferior a 10%, caindo de 21.680 em 2023 para 20.452 em 2024. Também houve um aumento nos locais com pequenas diferenças salariais – até 5% – entre homens e mulheres.

Estabilidade

A participação das mulheres na massa salarial total manteve-se relativamente estável, aumentando de 35,7% em 2015 para 37,4% em 2024. Paula Montagner, do MTE, apontou que isso reflete os salários inferiores das mulheres, apesar do aumento no número de trabalhadoras de 38,8 milhões em 2015 para 44,8 milhões em 2024.

Em termos ocupacionais, as mulheres em cargos de diretoria e gerência ganham 73,2% do salário dos homens, enquanto aquelas em profissões de nível superior recebem 68,5%. Em serviços administrativos, as mulheres ganham 79,8% do que os homens recebem.

Desigualdades

O relatório também destaca as desigualdades regionais. Pernambuco, Acre e Distrito Federal têm as menores diferenças salariais, enquanto Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina apresentam as maiores disparidades.

Esta análise revela a complexidade dos desafios enfrentados no combate à desigualdade salarial e a necessidade de ações contínuas para reduzir as disparidades no mercado de trabalho.

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