Recorde de vendas anterior foi registrado em outubro de 2024
As vendas no comércio brasileiro registraram um crescimento de 0,5% de janeiro para fevereiro, atingindo o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal de Comércio. O recorde anterior havia sido estabelecido em outubro de 2024.
O número, com ajuste sazonal para eliminar efeitos de calendário, revela uma performance robusta do setor. Na série sem ajuste, o aumento foi de 1,5% em relação a fevereiro do ano passado, com expansão acumulada de 3,6% nos últimos 12 meses. A média móvel trimestral também apontou para uma tendência de crescimento, com alta de 0,2%.
Com esse desempenho, o comércio brasileiro superou em 9,1% o nível pré-pandemia da Covid-19, observado em fevereiro de 2020. A alta de 0,5% representa a primeira variação significativa fora do intervalo de estabilidade, após meses de flutuações próximas de zero:
- Outubro 2024: 0,4%
- Novembro 2024: -0,2%
- Dezembro 2024: -0,2%
- Janeiro 2025: 0,2%
Desempenho Setorial
Entre as oito atividades pesquisadas pelo IBGE, quatro apresentaram crescimento:
• Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 1,1%
• Móveis e eletrodomésticos: 0,9%
• Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,3%
• Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 0,1%
De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o setor de hiper e supermercados retomou o protagonismo após um período de seis meses com variações próximas de zero. A desaceleração da inflação da alimentação em domicílio, que passou de 1,06% em janeiro para 0,76% em fevereiro, contribuiu para esse resultado.
Por outro lado, as seguintes atividades registraram recuo nas vendas:
• Livros, jornais, revista e papelaria: -7,8%
• Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -3,2%
• Tecidos, vestuário e calçados: -0,1%
• Combustíveis e lubrificantes: -0,1%
Santos explicou que o desempenho negativo do segmento de livros, jornais, revistas e papelarias reflete uma migração do consumo de produtos físicos para serviços digitais, além do fechamento de lojas físicas, especialmente livrarias. Atualmente, esse setor está 80,2% abaixo do pico atingido em janeiro de 2013.
Varejo ampliado
No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, peças e material de construção, o volume de vendas recuou 0,4% de janeiro para fevereiro, com expansão acumulada de 2,9% em 12 meses.
O IBGE também informou a revisão dos dados de 2024, devido a uma correção feita por uma grande empresa do setor farmacêutico. Com isso, o crescimento da atividade, inicialmente estimado em 14,2%, foi revisado para 7,4%. Essa mudança resultou em um crescimento geral do comércio de 4,1% em 2024, abaixo dos 4,7% divulgados anteriormente. Apesar da revisão, a alta de 2024 ainda é a maior desde 2013, quando o setor cresceu 4,3%.
Fonte: Agência Brasil
