“Presente e futuro do Brasil” na 1ª edição 2025 do Giro Pelo Rio Grande
O Teatro Roberto Athayde Cardona, em Montenegro, recebeu nessa terça-feira, 13, a primeira edição de 2025 do projeto Giro Pelo Rio Grande, promovido pela Fecomércio-RS. Com o tema Presente e o Futuro do Brasil, o evento reuniu lideranças do setor terciário gaúcho para discutir questões políticas e econômicas que impactam diretamente as empresas e a população.
Criado em 2011, o Giro Pelo Rio Grande é um evento itinerante que percorre diversas regiões do Estado com o objetivo de integrar sindicatos, empresários e a federação, fortalecendo a representatividade do setor e promovendo o debate sobre pautas estratégicas.

Durante a abertura, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, destacou a importância da realização do encontro em Montenegro. Segundo ele, o atual cenário econômico e político impõe desafios que exigem ações concretas. Bohn defendeu a adoção de políticas públicas que estimulem o crescimento sustentável, com reformas que considera fundamentais, como a administrativa. Para o dirigente, essa medida pode tornar o Estado mais eficiente, com a redistribuição de recursos para áreas como saúde, educação e segurança.
O presidente do Sindilojas Montenegro e Região, Marcos Roberto Azevedo da Silva, avaliou o evento como um marco para o sindicato local. Ele ressaltou que a iniciativa aproxima a entidade da comunidade, ampliando o entendimento sobre o papel do sindicato e sua atuação em diferentes setores. Silva destacou ainda a importância de antecipar cenários econômicos para embasar decisões mais assertivas dos empresários da região.

Representando a equipe executiva do Sindilojas Montenegro, Bruno Ricardo Rotert afirmou que o evento reuniu representantes de 18 municípios da base sindical da entidade, que abrange 20 cidades. Segundo ele, a escolha dos convidados buscou envolver agentes capazes de aplicar e disseminar o conteúdo discutido.
Rotert enfatizou que o Giro, geralmente realizado em grandes centros econômicos, fortalece o papel do sindicato local como sede do encontro e ponto de conexão entre os setores público e privado.
A edição de Montenegro evidenciou a proposta do projeto de promover um espaço de diálogo sobre temas que influenciam diretamente o ambiente de negócios no Rio Grande do Sul, com foco em estratégias que possam contribuir para a estabilidade e o desenvolvimento econômico regional.
Reformas e impactos
As perspectivas econômicas e políticas do Brasil foram tema central do painel mediado por Lucas Schifino, economista da Fecomércio-RS. As reflexões ficaram por conta dos convidados Fernando Schuler e Marcelo Portugal.
Schifino destaca que o objetivo do Giro pelo Rio Grande é ampliar a compreensão do público sobre o cenário nacional, especialmente em temas que impactam o planejamento econômico e político. Ele ressaltou a importância de observar indicadores como o déficit fiscal, a liberdade econômica e o ambiente de negócios. Segundo ele, compreender esses fatores é fundamental para cobrar ações dos governos e buscar alternativas que estimulem o crescimento.
O filósofo e cientista político Fernando Schuler apontou a estagnação recente de reformas estruturais no Brasil e afirmou que essa pauta deve voltar ao centro do debate nas próximas eleições. Para ele, o país vive um momento de instabilidade e enfrenta dificuldades ligadas ao financiamento da atividade produtiva. Schuler citou a relação entre o problema fiscal e a elevação dos custos no mercado, o que, segundo ele, impacta diretamente o setor empresarial. Ele também mencionou medidas recentes, como a nova faixa de isenção do imposto de renda, e defendeu uma análise mais ampla dos efeitos dessas decisões no cotidiano da população.
O economista Marcelo Portugal abordou temas como inflação, política monetária e propostas tributárias. Ele relacionou a elevação de preços — como o do café — à política de juros adotada pelo Banco Central, e apontou dilemas ligados à proposta de isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil mensais.
Portugal enfatizou que o debate sobre política econômica precisa considerar a conjuntura e seus desdobramentos para a sociedade.
