Vice-governador Gabriel Souza destaca avanços do Estado em evento da ACI

INVESTIMENTOS E PREVENÇÃO às cheias fizeram parte dos temas abordados

A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montenegro e Região (ACI) realizou, nesta segunda-feira, dia 5, mais uma edição da Reunião-Almoço com associados. O evento contou com a participação do vice-governador Gabriel Souza, que palestrou sobre o tema “Presente e Futuro do Estado e ações para o desenvolvimento do Vale do Caí”. A reunião ocorreu no Clube Cantegril e teve como abertura as falas do presidente da ACI, João Batista Dias, o Tita. Ele destacou a importância de receber o vice-governador na data do aniversário de 152 anos de Montenegro e reforçou a relevância do município no cenário estadual.

O prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, reiterou a posição de destaque do município entre os principais do Estado. Ele mencionou os desafios enfrentados pela gestão municipal e a importância da colaboração entre lideranças políticas e empresariais da região. “Montenegro caminha para se tornar a décima economia do Estado entre os 497 municípios, o que representa um motivo de orgulho para todos que se dedicam diariamente a esse crescimento”, ressaltou. Zanatta ainda destacou o papel do Distrito Industrial como motor do desenvolvimento regional.

O vice-governador Gabriel Souza fez uma retrospectiva da situação financeira do Estado, lembrando o período entre 2015 e 2017, quando ocorreram atrasos nos pagamentos de servidores. Segundo ele, a normalização do pagamento da folha salarial só ocorreu em dezembro de 2021, e o pagamento do 13º salário, em 2022. Souza afirmou que o RS vive um momento de amadurecimento institucional e defendeu a importância de reconhecer os erros do passado para a construção de um futuro sustentável. Ele ressaltou que a atual estabilidade só foi possível graças a uma agenda contínua de ajustes estruturais.

Prevenção às cheias e investimentos no Rio Caí

O vice-governador apresentou um panorama das ações do governo estadual voltadas à prevenção das cheias no Rio Caí e dos investimentos já realizados. Segundo ele, o Estado trabalha em um projeto de prevenção que inclui o uso de imagens de satélite para monitorar o nível da água. As fotografias são atualizadas periodicamente e permitem o mapeamento das áreas atingidas, cruzando os dados com o cadastro de famílias vulneráveis. Essa estratégia, segundo ele, possibilita acionar programas de auxílio emergencial com mais rapidez.

Outro ponto abordado foi o Fundo de Infraestrutura e Resiliência, que recebeu R$ 6 bilhões do governo federal em dezembro do ano passado. Com a liberação das últimas normativas pela Caixa Econômica Federal, está autorizada a aplicação dos recursos em obras no Vale do Caí. As intervenções incluem a elaboração de novos projetos e a execução de obras de contenção, áreas de alagamento controlado — conhecidas como “áreas esponja” — e remoção de famílias de zonas de risco.

Esses locais deverão ser transformados em espaços de uso público, funcionando como reservatórios temporários em períodos de cheia. Segundo ele, o modelo de gestão segue experiências adotadas em países da África e do Caribe, com ações híbridas que combinam contenção, amortecimento e intervenções como a dragagem de rios.

O vice-governador reforçou a necessidade de atualização dos projetos de infraestrutura. Muitos anteprojetos em vigor foram elaborados há mais de 12 anos e se baseavam na enchente de 1941. Com a cheia de 2024 superando esse evento, é preciso elevar a cota e reforçar a estrutura dos diques. “Não é apenas sobre a cota. É preciso garantir que a estrutura suporte a pressão da água”, afirmou.

Por fim, ele explicou que todos os pré-projetos passam por um comitê científico formado por mais de 40 especialistas em áreas como engenharia, meteorologia, hidrologia e geologia. O grupo trabalha na análise dos dados técnicos e na conversão dessas informações em medidas práticas, com o objetivo de orientar os municípios e reduzir riscos em eventos climáticos extremos.

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