Fé. Tapetes de Corpus Christi são uma manifestação coletiva entre irmãos
A celebração de Corpus Christi em Montenegro começou muito cedo na quinta-feira, dia 16. O sol nascia no horizonte iluminando os fiéis da Paróquia São João Batista, que, irmanados na fé, coloriam as ruas do Centro. Foram metros de tapetes para a passagem da procissão, que saiu da Catedral.
O dia de reflexão sobre o mistério da Eucaristia iniciou com missa, celebrada pelo bispo da Diocese de Montenegro, Dom Carlos Romulo. Ele também conduziu o ostensório com Jesus Eucarístico, em uma caminhada de louvor que reuniu dezenas de católicos. “A Eucaristia é o coração da Igreja”, definiu.
O bispo afirma que a confecção dos tapetes também é uma manifestação eucarística, que se expressa em arte e em doação. “Porquê, no fundo, as pessoas estão se doando. Cada uma está colocando o seu tempo, o seu dom, e também a sua capacidade de manifestar seu amor a Jesus”, definiu.
O empenho dos jovens para manifestar sua fé foi glorificante. A pequena Marthina Haas, de 8 anos, estava feliz e entusiasmada, jogando delicadamente pérolas de rosas no tapete. Ao lado da família, cultiva esta tradição desde que tinha 5 anos, sendo hoje integrante do movimento de crianças Girassol.
Em outro ponto do caminho, Gustavo Henrique Ramazine controlava a mão para que a palavra Paz fosse tão perfeita quanto seu significado. O pai dedicado estava ajudando sua filha, Ana Luisa, de 11 anos, na elaboração dos tapetes do grupo da Crisma. “A gente busca agradar ao Senhor Jesus Cristo, por todos os sacrifícios que fez por nós”, revela.
Celebrações também aconteceram no bairro Timbaúva
Na Igreja São Pedro e São Paulo, no bairro Timbaúva, as celebrações começaram antes do nascer do sol, às 6h, com a confecção dos tradicionais tapetes. Maria de Lurdes, de 84 anos, foi uma das fiéis que pôde, após dois anos, voltar a confeccionar seu tapete.
Representando a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, ela destaca que a igreja está em festa, pois todos os anos participaram da confecção antes da pandemia. “A gente sentiu muita falta, porque é um momento em que a comunidade presta sua homenagem a Jesus Cristo em comunhão”, ressalta. “Fico muito feliz de envolver todo esse pessoal, principalmente este ano, com a presença de jovens que vêm pela primeira vez. Sinto que após esses dois anos, todo mundo voltou com muito mais entusiasmo. É lindo”, acrescenta.
Vitor Hugo Kirst também contribuiu com as obras nas ruas e, muito emocionado, enfatiza que os últimos dois anos foram difíceis. “Ano passado fizemos algumas celebrações, mas também sem os tapetes, porque não deu para fazer. Foi muito ruim ficar sem, porque este é um momento muito bonito de integração”, diz. “Ver que a comunidade não se dividiu, e sim se uniu ainda mais é emocionante. Poder estar junto novamente é muito bom”, finaliza. Em seguida, ocorreu a missa e, por fim, a procissão em torno da igreja, onde o sacerdote passou sobre os tapetes de serragem com o santíssimo.
Demonstrações de fé ao Santíssimo Sacramento também na região
O dia ainda estava gelado e o sol lutava para atravessar a neblina quando, por volta das 8h, os primeiros fiéis começaram a se reunir próximo da igreja matriz da Paróquia São José, em Pareci Novo, para montarem os tapetes da procissão do Santíssimo Sacramento. A montagem contou com a participação das diversas capelas, grupos, movimentos e catequeses da comunidade católica de Pareci Novo.
Entre as pessoas que chegaram cedo para ajudar, estavam Ione e Darci Lauxen, de 69 e 77 anos respectivamente. Integrantes do Apostolado da Oração, eles participaram pela primeira vez na montagem dos tapetes. “É um momento de fé. Não me importo em encarar o frio”, comentou Ione.
Quem também participou do momento pela primeira vez foi Isadora da Silva Borges, 13 anos. Integrante da catequese de crisma, ela montou uma parte dos tapetes junto com demais colegas. “Estudamos a importância do momento e (hoje) está sendo divertido”, comentou sobre a montagem dos tapetes. Isadora destacou, ainda, que primeiro o grupo pensou nos desenhos que iria fazer par depois colocá-los em prática. “É bem bonita e interessante a data”, reforçou.
A catequista de crisma Cristina Roveda, 56 anos, reforçou que participar da celebração de Corpus Christi é um momento de fé muito importante. “Trabalhamos na catequese o simbolismo (da data) e cada um trouxe palavras-chave relacionadas com o que sentem”, comentou.
Em Maratá, a missa e procissão de Corpus Christi realizadas pela Paróquia São Miguel também ocorreram pela manhã. Já a Paróquia São João Batista, de Brochier, celebrou a data à tarde.
