Empatia, essa é a palavra que define o projeto “Universo Atípico, Arte para Transformar”, criado pelo Studio Bálance. O objetivo é trabalhar a inclusão e o desenvolvimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) através da dança.
“O que nos motivou a criar o projeto foi justamente por acreditar no poder da arte, por acreditar no poder que a dança tem em transformar a vida das pessoas”, destaca a diretora e professora do Bálance, Bianca Leitão Ávila, a Bibi. Poderão participar crianças a partir de dois anos de idade, jovens, adultos e idosos que tenham o diagnóstico de autismo. Para se inscrever é necessário fazer um pré-cadastro de maneira online que está disponível para acesso nas redes sociais do Studio Bálance.
Como as aulas serão gratuitas, para viabilizar o projeto a escola dança conta com a parceria de empresas e pessoas que queiram colaborar. As vagas serão se acordo com o número de parceiros do projeto, para cada apoio receber, uma vaga será aberta. “Quanto mais pessoas tiverem abraçando o Universo Atípico, mais pessoas com autismo a gente vai conseguir atingir através desse projeto”, destaca Bibi.
A ideia já era antiga, mas foi possível sair do papel somente agora. Foi a certeza da importância da arte e da dança na vida das pessoas que motivou a equipe a desenvolver o projeto. “Eu acredito que todos deveriam ter esse contato com a arte, porque a gente vê o quanto as pessoas evoluem, o quanto a gente evolui como ser humano também. É muito além de aprender coreografias, é o trabalho em equipe, é conviver com as diferenças, conversar, dialogar, respeitar o seu limite e respeitar o limite do colega”, aponta Bibi. O desafio e a missão dos profissionais agora será desenvolver todos esses pontos positivos também com os novos alunos com autismo.
Por conta das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, as aulas ainda não têm previsão de início. Mas nesse intervalo a equipe está buscando estudar mais sobre o tema e realizando formações. Também já está acontecendo os primeiros contatos com as famílias que demonstraram interesse em participar do projeto até o momento. Segundo Bibi, esse é um passo importante do processo de inclusão dos alunos. “A gente tem que ir trabalhando esse vínculo também, porque não podemos simplesmente fazer a matrícula desse aluno e colocá-lo na sala de aula, tem que ser de forma gradual para que se consiga criar um vínculo e esse aluno não se desorganize dentro de um ambiente diferente para ele”, destaca.
A escola de dança também está desenvolvendo um material explicativo para que os alunos que já fazem parte da instituição possam entender melhor sobre o Transtorno do Espectro Autista. “Estamos montando um material para explicar o que é o autismo e como funciona, porque quando a gente fala em inclusão se pensa em colocar a pessoa dentro da sala de aula, mas isso é a pessoa estar inserida, e o que a gente quer é que eles realmente façam parte do grupo”, afirma Bibi.
Para além da importância no desenvolvimento das pessoas com autismo o projeto busca também motivar outras instituições e a sociedade em tratar de forma mais aberta a diversidade e a inclusão. “Nós precisamos falar cada vez mais sobre inclusão, pra que algo que é pequeno agora ganhe força e motive outros professores e outras escolas de dança e de arte a pensar com esse olhar mais sensível para toda a diversidade que a gente tem, pra que a gente possa realmente incluir todas as pessoas através da arte”, pontua Bibi.