LIMPEZA. Projeto prevê parceira com cooperativa e contêiner apenas para orgânicos
A utilização dos contêineres se revelou importante no sistema da coleta do lixo, especialmente pela utilização plena por parte dos montenegrinos. O preço deste sucesso é a superlotação dos receptáculos, em especial nas ruas do Centro; revelando também que alguns cidadãos ainda não compreendem a forma correta de descarte.
O secretário de Viação e Serviços Urbanos, Tiago Machado, salienta que os equipamentos estão disponíveis para uso da comunidade em geral, como alternativa prática e acessível para o descarte correto de materiais recicláveis (não ao orgânico), em paralelo a coleta seletiva tradicional das lixeiras particulares.
A praticidade conquistou os lojistas, sobretudo das ruas Ramiro Barcelos e Capitão Cruz, que descartam as embalagens das mercadorias que entram em estoque, como papelão, plástico e isopor. Mas essa postura, apesar de permitida, tem sobrecarregado rapidamente o contêiner.
Machado confirma que não há impedimento de o comércio utilizar o sistema, desde que feito de forma organizada e respeitando o espaço coletivo. “Contudo, é importante destacar que esses contêineres são pensados para uso geral da comunidade, e não exclusivamente para grandes volumes comerciais”, ressalta.
Em alguns casos, salienta, o ideal seria que os lojistas buscassem soluções próprias de gestão de resíduos, especialmente em grande quantidade. “A colaboração dos comerciantes é essencial para o bom funcionamento do sistema”, assinala, sem afastar a hipótese de melhorias no sistema. “A ampliação dos horários de coleta ou a criação de rotas específicas para áreas de maior geração de recicláveis, como o centro comercial, pode ser uma alternativa viável”.
Conscientização com parceria da ReciClar
A Administração Municipal pode abrir um diálogo com o setor para construir uma solução que favoreça tanto o comércio quanto a sustentabilidade urbana. Mas o secretário de Viação e Serviços Urbanos assinala que, qualquer decisão, deve considerar as especificações do contrato com a empresa de coleta atual, o que é responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente.
O responsável por essa pasta, Ronei Cavalheiro, confirma as limitações contratuais, cuja alteração pede entendimento jurídico. “Mas a gente vai corrigir sim, estamos trabalhando pra isso”, garante. Quanto aos descartes do comércio, revela a intenção de parceria com a cooperativa de catadores Estação ReciClar, que, após a construção da sede no bairro Estação, realizará a logística com os estabelecimentos, inclusive do isopor. “O isopor é reciclável, e fica a critério da cooperativa recolher ou não. Se não, tem que descartar na coleta seletiva”, ressalta.
A ReciClar também será importante na campanha de conscientização sobre descarte correto de lixo; lembrando o cidadão, por exemplo, que não coloque o lixo no chão quando encontrar o contêiner cheio. Cavalheiro revela ainda que os Serviços Urbanos está comprando cerca de 50 contêineres de cor marrom específicos ao lixo orgânico, em acordo com a Legislação Ambiental.
Essa é uma necessidade ante outra situação inaceitável, do descarte de restos de comida e embalagens com resíduos orgânicos, que contaminam os materiais recicláveis, comprometendo a triagem e levando à perda de todo o conteúdo do contêiner. “Além disso, atrae insetos, roedores e gera mau cheiro, impactando a saúde pública e a limpeza urbana. Por isso, a colaboração da comunidade é essencial para que o sistema funcione e os materiais possam ser reciclados”, diz Tiago Machado.
Pode ser descartado nos contêineres
Destinados exclusivamente para materiais recicláveis: papel, papelão, plásticos, vidros, metais. Nesta lista entra inclusive o isopor, desde que esteja limpo e seco, sem resíduos de comida ou óleo, havendo cooperativas e recicladores que realizam o reaproveitamento desse tipo de resíduo.
*é fundamental respeitar essa separação para garantir a efetividade do processo de reciclagem e evitar a contaminação dos recicláveis;
Não pode ser descartado nos contêineres
Resíduos orgânicos não devem ser descartados nos contêineres;
Móveis inteiros, pedaços de MDF e eletrodomésticos e outros itens volumosos ou de composição complexa não devem ser descartados nos contêineres de coleta seletiva. Esses itens demandam uma destinação diferenciada, como os novos ecopontos ou durante campanhas específicas de coleta de volumosos e eletroeletrônicos promovidas pela Prefeitura;
Pneus devem ser entregues em locais autorizados para o recolhimento ambientalmente correto, muitas vezes em parceria com borracharias ou pontos de coleta vinculados a programas de logística reversa;
Itens compartes metálicas, plásticas e até componentes eletrônicos, como patinetes e bicicletas, e que exige triagem especializada, não são recebidos. O descarte irregular desses nos contêineres compromete o sistema e pode gerar transtornos à coleta.
