no são joão. Em alguns minutos de chuva forte, os pátios alagam
Tereza Flores mora há 60 anos na rua Aurélio Porto, bairro São João, e nunca viu alguma providência ser tomada quanto ao grave problemas de alagamento que a rua tem. “Acontece que os canos são muito finos. Aí sempre vem alguém, tira a tampa dos esgotos, olha, diz que é sujeira e fica por isso mesmo. Nunca foi feito nada que realmente diminuísse o problema”, desabafa. Segundo ela, os vizinhos já buscaram alguma solução diversas vezes, mas nada de efetivo foi feito. A moradora conta que uns minutos de chuva forte já é o suficiente para alagar pátios e até entrar água dentro das residências. “Pode dar uma chuva forte por pouco tempo que nessa rua ninguém mais passa, a não ser que seja de caico”, lamenta. Tereza, assim como outros moradores, teve que fazer uma rampa dentro do pátio para que a água não entrasse mais dentro de casa.
Outra moradora da rua há mais de 50 anos, mas que preferiu não se identificar, já não aguenta mais ir atrás das autoridades locais para pedir ajuda. “Infelizmente, a gente se acostumou já, ninguém faz nada. É desse jeito. Desde que eu moro aqui sempre teve esse problema e nunca ninguém resolveu. Não adianta, nada é feito”, destaca. Ela conta que a água de chuva já entrou até a sua cozinha, mesmo que a casa seja mais aos fundos, distante da rua. Ela também teve que dar um jeito e construir uma espécie de vala em seu quintal para barrar a água. “Tem enxurrada e daí sim, tu vê vizinho andando de caico na rua”, conta.
O problema chegou a ser tema recentemente entre as autoridades, quando ocorreu uma reunião juntamente com os moradores na Câmara de Vereadores. A assessoria de imprensa da Administração Municipal afirma que já foi realizado o levantamento que aponta as tubulações com tamanhos diferentes em uma das esquinas. Conforme o secretário municipal de Obras Públicas, Edson Eggers Machado, é um curso de água que foi canalizado com canos de bitola menor que o necessário. Segundo ele, seria necessária uma galeria, como no Arroio Montenegro, para resolver o problema naquele ponto.
Contudo, o secretário de Gestão e Planejamento do município, Fabrício Coitinho, afirma que há outras situações semelhantes no bairro, que deverão ser atacadas ao mesmo tempo. “Qualquer ação num ponto terá impacto negativo em outros”, explica. A Administração pretende fazer estudos topográfico e hidrológico em todo o bairro, de modo a buscar soluções globais, que beneficiem a todos. A prefeitura ainda adianta que provavelmente estas obras fiquem para o ano que vem.