Estudantes, professores e trabalhadores ligados à educação ocuparam as ruas do Brasil nessa quinta-feira, 30, contra o corte de verbas nas universidades e institutos federais pelo governo Bolsonaro. As manifestações ocorreram com a presença de secundaristas, universitários, pós-graduandos, professores, trabalhadores e órgãos sindicais. Apesar da força apresentada no último dia 15, quando 200 cidades pararam contra o governo Bolsonaro, os estudantes afirmam que a educação ainda está sob ataque. “Estamos protestando contra os cortes, contra a reforma, dizendo que a educação é um direito nosso, que nós queremos mais investimento nessa área, queremos o direito da aposentadoria como é nos previsto. Esse é o momento de unir força”, pontua Ezequiel de Souza, coordenador do espaço comunitário e estudante da Uergs.
Segundo Ezequiel, cerca de 30 montenegrinos estiveram presentes na manifestação em Porto Alegre. “É o segundo ato de abrangência estadual que participamos, o primeiro foi no dia 15, onde estiveram presentes em Porto Alegre mais ou menos 90 mil pessoas ocupando as ruas junto com os alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Uergs) e outras universidades federais”. Ezequiel explica que integrantes do Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) e movimentos sindicais estavam reunindo suas lutas na manifestação do último dia 15, “unificando estudante e trabalhador contra o desgoverno do Bolsonaro e medidas que estão sendo tomadas pelo atual governo”.
Os estudantes e professores que foram para as ruas ontem estão preocupados com as questões relacionadas à reforma da previdência. “Entre as medidas, a que mais nos preocupa no momento é a questão da reforma da previdência, que retarda os nossos direitos. Temos a consciência de que essa reforma vai contra os mais pobres, vai contra principalmente o povo do campo. Em Montenegro a gente tem uma área muito grande de produtores rurais. Isso condena o homem do campo e, principalmente, a mulher do campo, a trabalhar até a morte sem direito a aposentadoria”, sublinha o estudante. Ao comentar sobre as reivindicações sobre aposentadoria, Ezequiel é objetivo. “A juventude que ingressa no mercado de trabalho sabe que precisa ter a carteira assinada desde muito antes do que o sistema hoje permite pra que a gente possa ter o direito da aposentadoria”
Outra das pautas citadas são os cortes na educação, e o quanto os 33% reduzidos pelo Ministério da Educação impactam no sistema de educação das universidades públicas. “O ministério tá tirando a importância da pesquisa, tirando a importância do estudante estar na universidade, restringindo o espaço a poucos, como era no Brasil dos anos 90. Isso nos preocupa bastante.” Ezequiel salienta, ainda, que se alguém estiver interessado em entrar na luta em defesa da educação pública, pode entrar em contato diretamente com ele pelo telefone 51 998757348.