50 famílias irão receber reforma das casas e atendimento psicológico
O Instituto Soplos, criado para a execução de projetos sociais, está promovendo o Projeto Arco-Íris, destinado a ajudar idosos afetados pelas enchentes na cidade. A iniciativa irá realizar reformas básicas em residências e oferecer atendimento psicológico, além do fornecimento de cestas básicas. O projeta foi financiado pelo Fundo Municipal do Idoso e tem como apoiadores as empresas Ultragás e Ipiranga.
Alex Mello, presidente do Instituto, destaca que o projeto surgiu em resposta a uma necessidade urgente durante as cheias que atingiram Montenegro. “O Soplos foi criado para trabalhar projetos que ajudem pessoas em vulnerabilidade, mas a enchente que afetou a cidade acelerou a implementação do Arco-Íris”, pontua. De acordo com Mello, o projeto se tornou uma prioridade devido ao impacto devastador na comunidade mais vulnerável, especialmente os idosos, que já enfrentam desafios significativos.
O Projeto Arco-Íris inclui a reforma de 50 casas em um período de seis meses. “Estamos realizando reformas básicas, não completas, devido às limitações de tempo e orçamento,” afirmou Mello. As reformas abrangem aspectos elétricos, estruturais e de pintura, e cada casa receberá uma tonalidade diferente, inspirando o nome ‘Arco-Íris’.
Além das reformas, o projeto oferece suporte psicológico contínuo por meio de duas psicólogas que atenderão individualmente os beneficiários por 12 meses. “Estamos combinando a reforma com atendimento psicológico e assistência social para garantir um suporte abrangente,” explicou Mello. A assistência social incluirá acompanhamento para acesso a outros benefícios e uma cesta básica mensal de R$ 300 para cada residência beneficiada.
A escolha das 50 casas foi baseada em critérios como idade, cadastro no CadÚnico e ausência de renda. A prioridade é dada a casos de maior vulnerabilidade, incluindo aqueles com pessoas com necessidades especiais em casa. As atividades do Projeto Arco-Íris já começaram com a realização de atendimentos e acolhimentos. “Estamos em fase de planejamento e avaliações das reformas, e as obras devem começar em breve,” afirma. O acolhimento psicológico já está em andamento, com visitas e acompanhamento sendo realizados.
A importância do projeto é evidente para Mello, que enfatizou o impacto positivo nas vidas dos beneficiários. “Os relatos que recebemos são comoventes. Uma senhora, por exemplo, gritou ‘vocês são anjos’ ao receber nossa ajuda,” relata. Ele expressou a convicção de que o projeto faz uma diferença significativa, oferecendo não apenas assistência material, mas também um suporte emocional crucial.
Atendimento psicológico e de assistência social
Daroixa Luft, psicóloga da equipe do projeto, destaca a complexidade dos desafios enfrentados pelos idosos afetados pelas cheias. “As pessoas idosas enfrentam desafios únicos tanto emocionais quanto físicos,” observa. Segundo Daroixa, as enchentes, além de causar perdas materiais significativas, têm um impacto psicológico profundo, exacerbado pela vulnerabilidade associada ao envelhecimento. Através do Projeto Arco-Íris, vitimas das enchentes estão recebendo abordagens psicológicas.
Também psicóloga da equipe do escritório, Ariana Cibele Nunes ressalta o papel crucial do projeto em trazer esperança aos idosos. “O Projeto Arco-Íris traz para a pessoa idosa a possibilidade de poder continuar a sua história com esperança,” afirma. As perdas causadas pelas enchentes vão além dos bens materiais; ela também leva lembranças e conquistas pessoais. Ariana diz que encontra grande realização em poder ajudar a restaurar o sentido de dignidade e continuidade na vida dos idosos. “Poder ver no olhar de cada pessoa idosa o agradecimento por simplesmente não terem sido esquecidos, de serem vistos, traz gratificação e reforça a importância da psicologia nesse momento de sofrimento”, comenta.
A assistente social do projeto, Karine Terras, afirma que, através da escuta, conhecimento das demandas reais da pessoa idosa e orientação, a assistente social realizará suas intervenções e os auxiliará na busca e acesso aos seus direitos. “O trabalho da assistente social é essencial para garantir que os idosos recebam o suporte prático necessário para superar as dificuldades e reconstruir suas vidas”, ressalta.
Erci Nonnemacher, responsável técnico pelas reformas, destaca que, apesar de seus 36 anos de experiência no setor, as primeiras visitas foram experiências muito diferentes e enriquecedoras. Erci reconhece que o verdadeiro apoio necessário vai além das reformas físicas. Ele elogia o trabalho das psicólogas e assistente social, ressaltando a importância do Projeto Arco-Íris e agradecendo ao Instituto Soplos pela confiança em fazer parte da iniciativa.