Transporte. Licitação para compra de paradas de ônibus será aberta ainda no primeiro semestre deste ano, diz Kadu
Toda vez que você paga a passagem do ônibus urbano de Montenegro, 1,5% do valor vai para o Fundo Municipal de Transportes (Funtran). Mas será que esse valor retorna em benefícios? Nem sempre, ainda mais se for observado o estado de conservação de boa parte das paradas de ônibus na periferia. Reportagem publicada no dia 15 de janeiro pelo Jornal Ibiá mostra o descontentamento da comunidade com relação aos pontos de ônibus. Das 220 paradas existentes na cidade, 100 delas não possuem abrigos.
O gerente operacional da Viação Montenegro (Vimsa), Julio Hoerlle, voltou a trazer o problema à tona ao conceder entrevista ao Ibiá esta semana, porque os problemas de infraestrutura fazem muita gente desistir de andar de ônibus. Segundo ele, a empresa parou de construir abrigos aos passageiros desde que passou a repassar ao Município, todos os meses, um valor equivalente a 1,5% de seu faturamento. Apenas no ano passado, R$ 96.520,10 entraram na conta do Funtran. Em compensação, nenhuma parada foi construída. Foram gastos apenas R$ 22.683,48 — o Departamento de Transporte e Trânsito (DTT) se limitou a adquirir tinta para sinalizar as ruas —, o que significa que sobraram R$ 73.836,62 para área.
O prefeito de Montenegro, Carlos Eduardo Müller, o Kadu, reconhece a necessidade de investir nesta área e afirma que não foi por conta da crise que não houve investimentos. Conforme ele, o diretor do DTT, Airton Vargas, tem trabalhado em cima do projeto e, em breve, haverá novidades.
“Primeiramente, nós precisamos estabelecer um padrão de parada de ônibus. Algumas são de tijolos, outras de acrílico e também de metal. A padronização é necessária para depois facilitar e baratear a manutenção. Até não queremos fazer muito diferente para não onerar tanto, mas sim fazer a reposição”, explica.
No momento, Vargas atua no levantamento de custos dos novos abrigos. Em cima desses valores se definirá o sistema construtivo e, em seguida, a quantidade de pontos de embarque e desembarque que serão contemplados. O projeto, segundo o prefeito, foi desenvolvido pelo corpo técnico da Prefeitura de Montenegro e ainda neste primeiro semestre do ano será encaminhado para licitação. “Existe, sim, um processo burocrático pela frente, mas vai andar. Vamos trabalhar para que a coisa aconteça logo.”
Kadu ainda não estipulou o montante que irá destinar a esse finalidade em 2018, mas acredita que será possível abranger uma boa parte das paradas do município. O Funtran, afirma ele, deve receber mais de R$ 100 mil, mas esse dinheiro também se destina à sinalização viária de Montenegro, que tem sido recuperada gradativamente. “Uma boa parte do fundo irá para as paradas. Vamos dar uma cara nova para a cidade. Precisamos dar essa revigorada”, defende.
Cidade precisa de um terminal de passageiros
Demanda antiga da cidade também referida pelo gerente da Vimsa, Julio Hoerlle, conforme entrevista veiculada nesta quinta-feira pelo Ibiá, o terminal de passageiros para as linhas urbanas também é uma grande necessidade dos montenegrinos, diz o prefeito. Contudo, a execução do projeto deve custar, por baixo, R$ 1,5 milhão — dinheiro que o prefeito reconhece não estar previsto no orçamento deste ano. Ainda assim, Kadu acredita que em 2018 se possa desenvolver um bom projeto para ser executado no ano seguinte. “Existiu um projeto para esse terminal ser construído na rua José Luís, mas não andou. Sabemos dessa necessidade, mas é preciso avaliar tecnicamente se deve ser mais centralizado ou se mais afastado. Muito irá em cima do estudo de viabilidade do trânsito.”
A preocupação do chefe do Poder Executivo é não criar um novo problema ao resolver outro, como afogar o trânsito na José Luiz, principal via rumo ao bairro Timbaúva. Neste sentido, a palavra final deve ser dos especialistas em trânsito, pondera o líder do Município. “Ainda não há um estudo em andamento, mas creio que não seja necessário terceirizar essa tarefa, pois o Município tem seu corpo técnico capaz de fazer esta análise ainda este ano e, quem faze, fazê-lo em 2019.”
De acordo com ele, esse debate precisa envolver a comunidade montenegrina e a própria Vimsa e, além disso, tem que levar em consideração o desenvolvimento da cidade. “É uma possibilidade trabalhar este projeto em 2018 para executá-lo em 2019. Temos que incentivar o transporte coletivo, principalmente na área urbana. Aí desafoga o trânsito e traz mais segurança e mobilidade ao pedestre.”
O prefeito concorda com a opinião da Viação Montenegro de que esta obra deve oferecer conforto e facilidades para quem anda de ônibus. “A ideia é fazer um terminal de passageiros, não um paradão de ônibus. Algo que tenha um comércio, uma infra, banheiros, área comum, lanche, café. Um conforto para a população. Não há orçamento, não lembro o anterior. Aproveitar o anterior é uma possibilidade, com um projeto mais elaborado, não apenas um local de chegada e saída.”
Insumos adquiridos com recursos do Fundo Municipal de Transportes
— Em 22-11-17, R$ 22.683,48 foram aplicados na compra de 100 baldes de 18l de tinta viária branca, 40 baldes de 18l de amarela, 10 baldes de 18l azul, 6 baldes de 18l vermelha e 6 baldes de 18l preta
— Em 24-11-17, R$ 2.499,75 foram usados para adquirir 25 baldes de 18l de solvente
— Em 22-11-17, R$ 3.898,00 foram aplicados em 200 unidades rolo de pintura. Na mesma data, 50 unidades pincel foram adquiridos por R$ 75,00
— Em 07-12-17, R$ 513,47 foram destinados a Equipamentos de proteção individual (EPI)
Fonte: Departamento de Transportes e Trânsito