Montenegrino é destaque na arte da cutelaria

Marcelo foi premiado na maior feira de cutelaria da América Latina

Marcelo Lubaczwski, mais conhecido como Marcelão, é um exemplo de reinvenção profissional. O montenegrino, que tinha a sua trajetória profissional como martelinho de ouro, sofreu os impactos da crise econômica do Brasil em 2016. Em meio a uma queda significativa de clientes, Marcelo viu uma oportunidade para mudar o rumo da sua carreira: a cutelaria.

“Na época, a crise afetou bastante minha clientela de martelinho de ouro. Os clientes começaram a sumir e eu fiquei com muito tempo livre”, conta. Durante esse período de inatividade, ele se deparou com um vídeo no YouTube sobre o artesanato de arco e flecha e, a partir daí, começou a criar suas próprias peças. Logo em seguida, o montenegrino usou um pedaço de mola de fusca para produzir sua primeira faca, o que marcaria o início de uma nova profissão.

“Eu não sabia nada de cutelaria. Achava que faca de agropecuária era o máximo e jamais imaginaria que poderia criar algo tão elaborado”, revela. Com a ajuda de tutoriais na internet, Marcelo começou a estudar a arte da cutelaria e, em 2019, se matriculou no primeiro curso online sobre o assunto. “A partir daí, comecei a me aprofundar, comprar ferramentas e trabalhar em tempo parcial”, diz. Foi o começo de uma paixão que o transformaria no cuteleiro que é hoje.

A pandemia de 2020 foi um divisor de águas para Marcelo. Com mais tempo disponível e a economia mundial em crise, ele passou a se dedicar integralmente à cutelaria. “Durante a pandemia, muita gente ficou em casa com dinheiro no bolso, mas sem poder gastar. Então, o pessoal começou a procurar hobbies e colecionar facas artesanais foi uma grande tendência”, comenta. Ao lado de outros novos entusiastas da área, ele conquistou seu espaço no mercado, fazendo com que a cutelaria se tornasse sua principal fonte de renda e sua verdadeira vocação.

Premiação em São Paulo
O nome de Marcelo Lubaczwski ganhou destaque recentemente ao ser premiado na maior feira de cutelaria da América Latina, o Salão Paulista de Cutelaria, realizado no último fim de semana, em São Paulo. Em uma competição que reúne alguns dos maiores talentos da cutelaria, Marcelo se destacou ao apresentar sua faca-chefe em Aço Damasco, um tipo de lâmina altamente valorizado na arte da cutelaria. A peça foi premiada como a melhor faca-chefe da feira, um reconhecimento importante para o cuteleiro montenegrino.
“Foi um momento muito especial. Apresentei a faca e, ao saber que ela foi premiada, foi uma grande surpresa. Não só pela premiação em si, mas pelo fato de ser na maior feira da América Latina. Estar entre os melhores do Brasil e do mundo foi um grande marco para o meu trabalho”, comemora.

Premiação no Salão Paulista de Cutelaria foi no último sábado, 2

Para ele, o reconhecimento é resultado de anos de dedicação e aprimoramento constante. Desde os primeiros passos em 2016, Marcelo sempre se desafiou a melhorar suas técnicas. Com o tempo, ele foi adquirindo mais experiência e aprimorando suas peças, sempre atento às tendências do mercado e às exigências dos colecionadores. “Cada faca que eu faço é um desafio. Não existe um modelo igual ao outro. Cada peça tem um toque único, e é isso que a torna especial”, explica.

Peça em Aço Damasco venceu como a melhor faca-chefe da feira

Hoje, Marcelo é um nome de referência na cutelaria, com um trabalho que reflete a excelência e a paixão pela arte de forjar lâminas. Ele continua a investir em seu aprendizado e aprimoramento, sempre buscando evoluir tecnicamente. “Todo dia aprendo algo novo. A cutelaria não tem fim, sempre existe algo para descobrir e melhorar”, afirma.
O futuro de Marcelo na cutelaria é promissor. Além de continuar produzindo facas de alta qualidade, ele tem investido em sua presença digital. “Hoje em dia, as redes sociais são fundamentais. O meu Instagram (@marcelaolubaczwski), onde compartilho fotos das minhas facas, tem sido meu principal canal de vendas e divulgação”. Ele também está trabalhando na criação de um site, que ajudará a expandir ainda mais seu negócio.

Em sua oficina, no Centro, Marcelo produz facas que já foram vendidas para todos os continentes

Últimas Notícias

Destaques