Projeto vai mais que dobrar a área da tradicional casa de amparo de idosos
Também conhecida na comunidade como “Recanto das Vovós” e “Asilo das Taquareiras”, a Sociedade Abrigo Pão dos Pobres se prepara para entrar em uma nova fase de sua história. A instituição fundada em 1941 vai investir cerca de R$ 1 milhão em um arrojado projeto de expansão que, em dois anos, além de dobrar a capacidade de atendimento de 30 para 60 idosos, vai ampliar a área construída de 493 metros quadrados para 1.192 metros quadrados, com novas áreas de convivência e recreação, sala de conferências, sala de fisioterapia, quartos de isolamento, dentre outras novidades.
“A casa já está muito bem acomodada, com boas instalações, mas precisa melhorar. Será uma estrutura bem moderna”, destaca Marcos Gilberto Griebeler, presidente da entidade. O projeto – assinado pela arquiteta Laura Mottin, e sob responsabilidade do engenheiro Gerson Luiz Mottin – foi aprovado em assembleia ocorrida em agosto com a participação dos associados e de autoridades locais. “Tudo com muita transparência”, destaca Griebeler.
Já está garantido 60% do recurso que vai custear a obra. O valor é proveniente da venda de parte do terreno onde fica a Instituição. Trata-se de uma área, sem edificações, de 1.181 metros quadrados que faz frente para a rua Coronel Antônio Inácio e corresponde a menos de 20% do total da área de propriedade do Lar. “Nós fomos procurados por uma empresa local sobre a possibilidade de alienar esse terreno que não estava sendo utilizado de forma alguma; e é com esse recurso que nós vamos começar a construção”, explica a gerente administrativa da casa, Márcia Scherer.
A obra deve ser iniciada ainda dentro de 2020, sem interromper os atendimentos. O acerto com a adquirente do terreno é que o pagamento vá sendo feito conforme os trabalhos da ampliação forem andando. Para o restante do valor – e também o custeio de novo mobiliário, equipamentos e afins – a Sociedade espera contar com o apoio de empresas, entidades e pessoas da comunidade. “Nesses dois anos, nós vamos encaminhar vários projetos para arrecadar o restante da verba”, adianta a gerente.
Muro de contenção resolve problema antigo
Quem passou pelo “Asilo das Taquareiras” nos últimos dias deve ter visto a execução de uma obra em andamento no local. Mas não é da ampliação, ainda. O Abrigo Pão dos Pobres não tem fins lucrativos. Todo o recurso que entra, pago pelos residentes, é aplicado de volta no custeio das despesas e em melhorias. E é parte destes recursos próprios, reservada pela administração da casa no decorrer dos últimos dois anos, que permitiu a intervenção que está sendo realizada. Trata-se da construção de um muro de contenção no limite com a rua Santos Dumont; trecho em que, antes, um alto barranco dividia terreno e calçada.
Segundo a gerente administrativa, Márcia Scherer, a obra resolve um problema já bem antigo. “Eu administro a casa faz nove anos; e cada chuva torrencial que dava, o barranco desbarrancava. Era um medo até de avançar para a área já construída”, relata. Pontos da calçada, também trocada, ficaram esburacados; outros, eram tomados pelo limo por causa da umidade. “Era intransitável”, completa a gerente.
A construção chegou a gerar alguns debates nas redes sociais com críticas à altura do muro, que estaria passando do limite legal de dois metros e meio. Porém, conforme o presidente da entidade, Marcos Griebeler, o limite de altura passa a ser medido a partir do ponto em que começa o terreno – o que, no caso do Abrigo, seria o topo do barranco. “Se fez toda uma drenagem e aquele é um muro de contenção; muito bem estruturado e devidamente regularizado com Anotação de Responsabilidade Técnica junto ao CREA-RS”, esclarece.
Para o futuro, a direção da casa adianta que tem o projeto de pintar a estrutura com motivos que remetam ao dia a dia dos idosos. A ideia – conforme a alocação de recursos e, aí, depois da ampliação – é fazer a mesma contenção no trecho da rua João Pessoa.