A erva em questão é a “Senecio SPP”, popularmente conhecida como “Maria-Mole” ou “Flor-das-Almas”. Ela é capaz de levar um bovino à morte por intoxicação, sendo que há estimativa de 30 mil a 42 mil cabeças de gado perdidas por ano no Rio Grande do Sul. A espécie floresce na primavera, mas começa a causar problemas entre os meses de junho e julho, justamente no período de vazio forrageiro. Nesta etapa ainda é um broto e sua presença não é tão aparente.
Assim, a Maria-Mole acaba sendo consumida pelo gado em meio a outras plantas, iniciando o processo de intoxicação do animal. O médico veterinário e extensionista da Emater/RS-Ascar, Carlos Roberto Vieira da Cunha, aponta que a presença da planta é abundante. A confirmação tem embasamento científico, por meio de pesquisa realizada em Eldorado do Sul, na segunda metade de 2022.
Ele reitera que a intoxicação pelo consumo dessa planta é uma das maiores causas de mortes de bovinos no RS. Cunha explica que, em campos onde ocorre a escassez de pasto e não há sombreamento proporcionado por outras plantas, cria-se um cenário propício para o desenvolvimento dos brotos do erva, e que nessa fase apresentam maior concentração de seu componente tóxico. O gado que come tem quadro de fígado comprometido, podendo levar à cirrose hepática.
O extensionista esclarece que a alternativa mais efetiva para o controle da infestação é aproveitar esse período em que está em floração para arrancar a Maria-Mole pela raiz. Após retirá-la, é recomendo atear fogo para evitar a proliferação através das sementes caída no solo. Essa maneira é a mais trabalhosa e pode ser inviável, dependendo do tamanho do campo. Outra opção então é a criação consorciada de ovinos, espécie que é, aproximadamente, 20 vezes mais resistente à toxina do que os bois.