Comunidade Porto Garibaldi começa a luta para retomar sua vida

CALAMIDADE. Todos os 350 moradores tiveram perdas e a escola foi devastada

Após 15 dias embaixo de uma inundação nunca vista, no último final de semana os 350 moradores da localidade de Porto Garibaldi puderam chegar até suas casas. Repetindo o que acontece em toda cidade de Montenegro, assim com no Rio Grande do Sul, encontraram um rastro de destruição deixado pelo Rio Caí, do qual precisarão de tempo e muita solidariedade para se reerguer. Algumas residências de madeira tiveram danos estruturais e moradores seguirão abrigados na Escola Adão Martini, na Vendinha, nesta semana. Inclusive a escola de Porto Garibaldi, referência social da comunidade no interior de Montenegro, foi devastada e não tem previsão de retorno.

30 Chrome Books usados nas aulas ficaram sob a lama

“Uma situação calamitosa! Porque são 135 famílias, e todas foram atingidas. Não escapou ninguém”, comentou o presidente da Associação Comunitária, Cleber Goulart. Ele lidera os mutirões de limpeza e retirada de entulhos, que no sábado, dia 18, recebeu apoio da Pedreira Vila Rica, e no domingo, 19, de voluntários ligados à montadora John Deere. A Prefeitura tem ajudado com caminhão-pipa e repassando donativos, como colchões e cobertores.

A equipe retornou na segunda-feira, 20, para novas ações de limpeza. “Nos próximos dias iremos novamente realizar ações nestas comunidades”, apontou Vitor Cardoso. Nesta retomada, a comunidade precisa de itens de limpeza; mas também produtos de higiene pessoal; cestas básicas; roupas de cama e cobertores; móveis, eletrodomésticos e utensílios para a casa.

Na tarde de domingo, enquanto havia pessoas e veículos circulando em todas as direções, seu Plínio Kutti Carpes, de 55 anos, aguardava em uma cadeira na lateral da rua. Apoiado nas bengalas canadenses, que usa devido ao ferimento em uma perna durante a evacuação, contava que sua casinha de madeira, na área mais próxima do leito do Rio, desabou. “Tudo foi perdido”, disse, ao descrever que foi a correnteza do Caí que levou seus pertences. Ainda assim, destacou duas vezes que são todos de sua comunidade que estão precisam de ajuda.

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Restaram apenas as paredes da escola
Os relatos em Porto Garibaldi são que uma cheia assim nunca havia sido vista, superando em muito o nível daquela de novembro passado. Desta vez, até mesmo o tradicional refúgio na Escola Estadual José Garibaldi foi atingido, e de forma severa. Literalmente, restaram apenas as paredes. Ao retornar, a Comunidade Escolar constatou que todo o mobiliário; eletrônicos; informática; materiais didáticos e lúdicos foram destruídos por mais de 2 metros de água.

A diretora Célia Aparecida Homem Pereira descreveu a desolação, quando após a limpeza restaram as salas de aula vazias. Umas poucas cadeiras e classes, talvez não mais de 10, eram limpos pelos voluntários durante o domingo; assim como resta alguma esperança quanto aos instrumentos musicais da banda. Os documentos da Secretaria precisarão ser secos ao sol, não podendo ser descartados por motivos legais. Diariamente uma planilha online com o Estado está sendo preenchida com informações das perdas.

Ajude Porto Garibaldi
Para doações ou ajuda com trabalho, contate diretamente o presidente da Associação de Moradores: Sr. Cleber – celular/whatsapp (51) 998-059-073

No domingo, voluntários da John Deere tentavam recuperar os únicos móveis restantes da escola

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