Junto ao Museu Histórico Nice Antonieta Schüler, o acervo de fotografias guarda parte da história da comunidade
Organizada por temas, a Fototeca Romélio Alves de Oliveira guarda um acervo de 8 mil imagens antigas de Montenegro, protegendo uma memória de décadas. Como parte do Museu Histórico Municipal Nice Antonieta Schüler, o arquivo busca garantir que as próximas gerações conheçam a trajetória do município através dos registros que eternizaram o cotidiano de um passado fascinante.
A fototeca surgiu em 2004, através de um projeto de incentivo à cultura, suprindo uma demanda antiga do Museu. Naquele ano, a instituição já possuía uma grande quantidade de imagens que retratavam diversos períodos históricos da cidade. Em 2014, o acervo recebeu o nome de Romélio Alves de Oliveira, uma homenagem a um dos grandes frequentadores e colaboradores da instituição.
Antes de serem disponibilizadas para o público, as fotos passam por um processo extremante cuidadoso de higienização, tudo para garantir a conservação e a integridade do material. Depois de catalogadas por data, fotógrafo, lugar, entre outras classificações, elas são digitalizadas e oferecidas à comunidade através de consultas pela rede interna de computadores do Museu.
As imagens do acervo retratam o município em épocas e pontos diferentes, permitindo uma imersão no que já foi Montenegro um dia. Vestuário, arquitetura, paisagens e costumes mostram detalhes impressionantes eternizados pela fotografia.

A servidora da instituição, Lisiane Lopes da Silva, explica que somente em casos especiais é possível o contato com as fotos originais. “A maioria dos registros que chegam aqui são muito antigos. Temos imagens da década de 20, por isso, devemos evitar ao máximo que este material seja tocado”, justifica Lisiane, ressaltando que tudo está disponível na plataforma digital. Qualquer pessoa pode acessar o conteúdo, mas, de acordo com a servidora, a maioria das visitas é de alunos de escolas da região e estudantes universitários.
Em meio a tantas lembranças organizadas nas pastas de fotografias, Lisiane ressalta a fundamental importância da população na construção do acervo. “Ao longo da existência do Museu, muitas fotos foram doadas pela própria comunidade”, afirma a funcionária, destacando que, por meio desses registros, há também um interesse das pessoas em deixar um legado de suas vidas para a história da cidade.
A fotografia e o valor histórico
Com formação em História e Arqueologia, Lisiane enxerga na fotografia uma maneira de preservar o passado. “O contato com o passado é determinante para compreendermos o hoje e sentir a evolução das coisas, o que possibilita um entendimento melhor do presente”, declara a servidora.
Com dez anos de trabalho dedicado ao Museu, ela se mostra preocupada com as projeções futuras a respeito do valor histórico das fotos. “Com o meio digital, novos desafios surgem para os museus, que vão ter de encontrar modos de preservar e divulgar esses conteúdos”, explica a historiadora, ressaltando que os recursos disponíveis para alteração das imagens e a facilidade de reprodução, hoje em dia, distanciam cada vez as fotos da realidade. “O desafio futuro será filtrar aquilo que é registro histórico, que representa um acontecimento importante e é verídico de todo o resto”, prevê Lisiane.
Contribuições
Qualquer pessoa pode doar novas fotografias para a Fototeca Romélio Alves de Oliveira e contribuir com o acervo histórico de Montenegro. É importante destacar que as fotos sejam relevantes para a história da coletividade do município, como imagens de ruas, espaços públicos, registros de costumes, tradições, entre outras.
“Tudo isso aqui é patrimônio histórico da população, é importante que as pessoas saibam disso e usufruam desse pedaço do passado congelado em imagens”,conclui Lisiane, convidando toda a comunidade a visitar o Museu e a conhecer a fototeca.