Faltam verbas para recuperar antigo prédio da Aripe

Patrimônio histórico. Estrutura vem sendo ocupada, em parte, pela Ecocitrus, que deseja instalar um museu no local

Está em situação crítica o antigo prédio em frente ao Cais do Porto, onde funcionou a Aripe e a Cootravale, e que, no momento, sedia parte das atividades da Ecocitrus e a Coofrutaf. Um pedaço do telhado já desabou e, desde 2012, um grupo vem tentando evitar o pior: a ruina total da estrutura.

Nesta semana, atendendo a requerimento dos vereadores Cristiano Braatz (PMDB) e Josi Paz (PSB) reuniram-se no Legislativo, representantes da Prefeitura, vereadores, Ecocitrus, Coofrutaf e do Movimento de Preservação do Patrimônio Histórico. O objetivo é agilizar o processo para que se possa, ainda em tempo, recuperar o telhado. O projeto completo prevê a criação da Casa da Citricultura.

Na abertura, Cristiano Braatz (PMDB) citou uma reunião, no início de maio, com o prefeito Luiz Américo Alves Aldana, na qual o assunto foi abordado.

Completando, Josi Paz (PSB) disse que Aldana assumiu o compromisso de resgatar o processo e dar-lhe andamento. “Precisamos ser rápidos, em função do próprio estado do prédio”, alertou a vereadora.

Conforme o secretário de Gestão e Planejamento, Evandro Machado, o processo foi aberto em 22 de abril de 2016. Na época, o prefeito deu autorização para que a obra fosse realizada. Porém, o secretário da Fazenda alegou que não havia recursos.

Machado conta que, em fevereiro de 2017, o processo foi retomado, mas não há previsão no orçamento deste ano do Município, tampouco aporte financeiro. “Estamos incluindo-o no Plano Plurianual 2018/2021 para, dentro da viabilidade, mediante parcerias público-privadas ou emenda parlamentar, buscarmos recursos que, num orçamento atualizado, giram em torno de R$ 380 mil”, explica.

Ernesto Kasper, da Ecocitrus, revelou que, por iniciativa própria e diante das dificuldades do Executivo, a cooperativa contratou um escritório de arquitetura para a realização do projeto de recuperação do prédio. “Somos parceiros para que, neste espaço, seja criada a Casa da Citricultura, onde possa haver um museu da bergamota montenegrina.”

Prosseguindo, Kasper comentou que este processo teve início ainda no governo do ex-prefeito Percival Oliveira e não evoluiu. De forma pragmática, citou que são sabidas as dificuldades financeiras do Município. Porém, há outras fontes de recursos que poderiam ser acessadas, como as emendas parlamentares ao orçamento da União. “É preciso que a Prefeitura encampe a ideia”, ressaltou o diretor da Ecocitrus.

Evandro Machado garantiu que há total interesse da Administração em recuperar o prédio, iniciando pelo telhado, mas estariam faltando recursos financeiros, em função da crise econômica. Kasper informou que, por questões de gestão, a Ecocitrus também está saindo do prédio. Apenas 20% de sua área pode ser ocupada, já que no restante o telhado desabou.

O arquiteto André Schoellkoff, da Secretaria Municipal de Obras Públicas, acredita que agora o custo do projeto será menor, com o entendimento do Movimento do Patrimônio Histórico de que poderia ser usado o mesmo tipo de telhado da antiga Usina Maurício Cardoso (atualmente sede da Câmara de Vereadores). “Vamos formatar o projeto e o orçamento, o que irá permitir a este grupo buscar recursos através de emenda”, reforçou o profissional.

Representando o Movimento do Patrimônio Histórico, Mauro Kray e Hedi Thomsen compreendem que é preciso ter bom senso, que a opção por telha aluzinco ao invés de cerâmica se dá em função de custos, e também pela harmonia com o prédio onde hoje está a Câmara de Vereadores.

Em 30 dias, os técnicos da Prefeitura devem efetuar um reestudo com os orçamentos adequados, e irão apresentá-lo em novo encontro na Câmara, marcado para o dia 3 de julho, às 9h.

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