Ovitrampas serão instaladas em Montenegro para rastrear o mosquito Aedes aegypti
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu um comunicado de risco sobre o aumento do número de casos notificados de dengue, que está acima do esperado para a época do ano em que se inicia a sazonalidade da doença. Nas últimas semanas, foi observado um aumento de casos notificados que supera em 11,4 vezes a média móvel na semana epidemiológica 49, quando comparado com o número de casos da série histórica, afirma Roberta Vanacôr Lenhardt, especialista em saúde do Cevs. Em 2022, a semana epidemiológica 49 foi entre os dias 4 a 10 de dezembro.
Desde o começo de 2022, o Rio Grande do Sul notificou 98.916 casos suspeitos e confirmou 66.731 casos de dengue e 66 óbitos pela doença. O mosquito Aedes aegypti está presente em 91% das cidades gaúchas, totalizando 453 municípios infestados. A nota tem por objetivo alertar os gestores municipais a intensificarem as ações de vigilância e controle do Aedes aegypti, aos profissionais de saúde quanto ao diagnóstico e atendimento em tempo oportuno da doença e a população em geral quanto aos cuidados preventivos e medidas individuais de proteção.
Segundo a secretária da Saúde, Arita Bergmann, o governo do Estado criou alternativas, este ano, para o combate à dengue, como contribuir com os municípios com informações a respeito da doença, da vigilância dos casos e do monitoramento da presença do mosquito Aedes aegypti. Também realizou capacitações aos agentes municipais de saúde. “Projetamos um plano de contingência até o fim de 2023 com ações já em implantação e outras a serem implantadas. Queremos trabalhar com informação a população e criar espaços integrados e transversais com os municípios e regiões. O importante é evitar termos mosquito circulando, e para isso é fundamental o cuidado de todos, população geral e empresas”, acrescenta.
Ovitrampas serão instaladas em Montenegro
A Prefeitura de Montenegro anunciou que a Vigilância em Saúde instalará, a partir de hoje, quarta-feira, 4, as chamadas Ovitrampas na cidade. Trata-se de ferramentas entomológicas que possibilitam saber onde estão as fêmeas do Aedes aegypti, para direcionar as ações rapidamente para onde estão os focos. Essa armadilha atrai somente fêmeas de Aedes, e não outros mosquitos. A partir do dia 4 de janeiro, 50 Ovitrampas começarão a ser instaladas em vários pontos da cidade pelos agentes de combate a endemias do município.
De acordo com a agente de combate a endemias da Vigilância em Saúde, Janquieli Monique Dutra, em um primeiro momento, as armadilhas serão colocadas nos bairros Ferroviário, Centro, Bela Vista e Rui Barbosa, espalhadas em 200 metros de distância umas das outras. “Estes bairros foram escolhidos devido ao grande número de casos de Dengue em 2022”, enfatiza Janquieli. As Ovitrampas têm como meta a diminuição de fêmeas nos locais das armadilhas, zerando o número de ovos em cada palheta no prazo de um ano.
A agente enfatiza que o setor já está realizando pré-instalações e cadastro, e a resposta, neste momento, tem sido bem positiva. “Queremos contar com a ajuda da comunidade para continuar enfrentando o Aedes”, salienta Janquieli. A ação se junta às outras que o setor já tem realizado para evitar a proliferação do mosquito, evitando casos de Dengue na cidade.
Orientações
Quais os sintomas da dengue?
Febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas no corpo, vômitos, diarreia e náuseas.
O que fazer no surgimento de sintomas?
– Procurar atendimento de saúde
– Evitar automedicação, mas se necessário medicar-se antes de procurar atendimento de saúde, optar pelos analgésicos simples: paracetamol e dipirona
– Não utilizar anti-inflamatórios (naproxeno, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, nimesulida)
Medidas individuais de proteção:
– Utilizar repelente para o corpo. Se você está com suspeita ou é um caso confirmado de dengue, assim você evita que os mosquitos sejam infectados e contaminem mais pessoas. Se você não tem a doença, você se protege
– Utilizar repelente de ambiente
– Utilizar roupa que proteja braços, pernas e pés
– Usar mosquiteiro, em especial em pessoas acamadas e/ou crianças
– Instalar telas nas portas e janelas das casas
Como interromper o ciclo de vida do mosquito?
– Revisar a área em torno da residência ou local de trabalho uma vez por semana, procurando possíveis criadouros e eliminando-os
– Descartar adequadamente resíduos sólidos inservíveis que possam acumular água (potes, latas, garrafas, pneus, entre outros), destinando à coleta seletiva ou entregando em recicladoras
– Jogar fora na terra ou em superfície seca a água acumulada dos potes: não jogar a água em outro local com água, pois o ciclo de vida continuará
– Lavar com esponja, água e sabão, ao menos uma vez por semana, os potes que não podem ser colocados fora
– Preencher pratos de plantas com terra
– Garantir que caixas d’água ou cisternas de armazenamento estejam bem fechadas
– Cobrir possíveis saídas (ladrão) de caixas d’água ou cisternas com tela ou meia de nylon
– Usar mosquiteiro, em especial em pessoas acamadas e/ou crianças
– Utilizar repelentes (individuais ou elétricos)
– Eliminar mosquitos adultos (de dentro de casa ou entorno da residência) utilizando métodos domésticos (raquetes elétricas, inseticidas aerossóis para mosquitos, etc)